Empresa alega déficit municipal, mas perícias revelam lucro de R$ 68 milhões e frota envelhecida em Campo Grande.
Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (21), o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande, anunciou um lucro de R$ 68 milhões, ao mesmo tempo em que volta a culpar a Prefeitura pelo atraso salarial dos funcionários.
Por conta do atraso no pagamento do vale, os motoristas podem fazer greve no sábado (23). O sindicato aguarda o pagamento até esta sexta-feira (22), para que a greve não aconteça.
O diretor operacional da empresa, durante o evento, também informou que não há previsão de renovação da frota de ônibus e defendeu um aumento no preço da passagem.
Apesar dos números positivos apresentados nos balanços financeiros, a empresa alega um déficit de R$ 10 milhões no município, justificando a impossibilidade de antecipar os salários dos trabalhadores. Esta estratégia não é novidade, visto que o Consórcio Guaicurus costuma transferir a responsabilidade pela má qualidade do serviço oferecido à população.
Uma perícia judicial nos balanços financeiros contradiz a alegação de déficit, revelando um lucro considerável nos últimos cinco anos, somado a um recebimento de R$ 37 milhões em verba pública no ano corrente. Apesar desses recursos, a empresa afirma não ter meios para aprimorar o serviço, justificando o pedido de aumento na tarifa.
Em 2023, a empresa adquiriu apenas 71 novos ônibus, renovando apenas 15% da frota total de 450 veículos. Com uma média de idade de 7,7 anos, acima do estipulado em contrato, a frota ainda mantém 182 ônibus com mais de uma década de uso.