A cotação da criptomoeda bitcoin bateu novo recorde na manhã desta segunda-feira, 11. O valor chegou a US$ 72,5 mil — em reais, o valor é de R$ 360,8 mil. A moeda registrou a sexta alta seguida, que foi impulsionada pelos Exchange Traded Fund (ETFs) e pelo halving.
Para entender melhor o crescimento da moeda é preciso saber como funciona o halving, que deve acontecer em 20 de abril. O evento tem forte influência nos valores das cotações do bitcoin.
Em sua criação, o bitcoin foi programado para totalizar 21 milhões de unidades. Atualmente, são 19,5 milhões existentes. A moeda é multiplicada por meio da “mineração”, que ocorre por computadores que resolvem questões matemáticas complexas e recebem bitcoins como recompensa.
A última unidade deve ser gerada no ano de 2140. Porém, para a valorização, a cada quatro anos acontece um evento chamado halving, que basicamente diminui o pagamento para esses computadores pela metade.
O objetivo do halving é diminuir a mineração de bitcoins aos poucos, o que favorece sua valorização. Atualmente, os mineradores recebem 6,25 bitcoins a cada operação, com o evento, o valor cairá para 3,125 bitcoins.
Com a redução da oferta da criptomoeda, a tendência é que o preço do bitcoin suba, mas de acordo com o diretor-presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), Bernardo Srur, não é certeza que essa valorização ocorra.
“O bitcoin historicamente passou por ciclos de mercado, e os halvings muitas vezes coincidem com períodos de alta”, explicou o executivo da ABcripto ao jornal O Globo. “Mas outros fatores externos e eventos macroeconômicos também desempenham papel significativo nos preços. O mercado de criptomoedas é complexo. O impacto específico de cada halving pode variar, e a resposta do mercado nem sempre é previsível.”
ETFs teria impulsionado o bitcoin
Os fundos de ETFs também podem impulsionar a valorização da moeda. No início do ano foi aprovada pela Securities Exchange Commission, órgão responsável por regular o mercado de capitais nos Estados Unidos, a negociação dos fundos de bitcoins. Isso forneceu um novo impulso para a moeda.
ETFs são fundos de investimentos negociados em Bolsa de Valores que tentam acompanhar o valor de um ativo. Desde 2021 existem ETFs de bitcoin no Brasil. Esses fundos permitem que investidores apliquem dinheiro em bitcoins sem ter de comprar uma fração deles diretamente.
As mudanças realizadas pelo regulador norte-americano permitiram que os ETFs de bitcoin possam receber investimentos de investidores institucionais, como seguradoras e grandes fundos de pensão. Essas instituições seguem regras mais rígidas para aplicar os recursos e por isso não podiam aportar recursos desses fundos.
Em apenas dois meses com a nova medida, os investidores aportaram US$ 10 bilhões em ETFs de bitcoins nos EUA.