A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, afirmou nesta quinta-feira (21) que o trabalho do colegiado foi essencial para embasar os indiciamentos feitos pela Polícia Federal (PF) no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.
Ao todo, 37 pessoas foram indicadas pela PF, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob acusações como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo Eliziane, 11 dos nomes indiciados já estavam no relatório da CPMI, o que, em sua visão, comprova a precisão e relevância do trabalho realizado ao longo de cinco meses no Congresso.
— A comissão foi certeira e avançou exatamente onde deveria, o que nos trouxe este resultado — destacou a senadora.
O relatório da CPMI, aprovado em outubro de 2023, recomendava o indiciamento de 61 pessoas, incluindo figuras importantes do governo Bolsonaro, como militares e ex-ministros. Entre os citados estavam Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Anderson Torres (Justiça). Após a aprovação, o documento foi entregue ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que assumiu o cargo em dezembro de 2023.
— Ele nos informou que todo o conjunto de informações do relatório seria considerado — relatou Eliziane.
Embora o relatório da CPMI tenha antecipado alguns nomes mencionados pela PF, a senadora destacou que não foram identificados indícios concretos de um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), ou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Não encontramos elementos claros e substanciais que apontassem para uma tentativa de assassinato — afirmou a relatora, acrescentando que o tempo disponível para o trabalho da comissão foi limitado.