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Das 4,3 mil ocorrências por estelionatos virtuais em MS neste ano, 43,7% delas foram por WhatsApp

Levantamento da Sejus (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) aponta que a maioria dos crimes de estelionato na internet são feitos através do WhatsApp. De 1º de janeiro a 31 de outubro deste ano, foram registrados 4.321 boletins de ocorrência do crime virtual no Estado.

Desse total, 1.408 ocorrências foram registradas na Capital, e 2.913 no interior do Estado. Em relação ao histórico das plataformas que foram citadas nos boletins de ocorrência, como o local que os golpes foram feitos, o WhatsApp é a plataforma com maior ocorrência, sendo 43,73% dos casos.

O Facebook foi citado em 21,06% das ocorrências; o Instagram foi relatado em 12,52% dos casos; o OLX em 2,01% dos boletins; o Mercado Livre foi notificado em 1,24% das ocorrências; Telegram em 1,06% e 17,48% dos registros não apontam redes sociais ou os demais sites.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, apontou uma variação de 174,8% dos crimes de estelionato por meio virtual em Mato Grosso do Sul, nos últimos dois anos. Em 2021, foram notificados 910 casos, enquanto no ano passado esse número saltou para 2.524 ocorrências.

“Sextorsão”

Uma outra forma de estelionato pelas redes sociais é o golpe do nude ou “sextorsão” – troca de fotos íntimas, seguida de chantagem financeira – vem crescendo e ganhando novas versões pelo País. As possíveis vítimas são garimpadas em redes sociais. O golpista cria um perfil falso, inventa um nome e envia solicitação de amizade para a vítima, a quem convence a trocar fotos íntimas.

Na modalidade mais comum, após a troca de fotos e mensagens de cunho sexual, entra em cena outro golpista se fazendo passar por pai da suposta jovem, alegando que ela é menor de idade. É quando acontece a extorsão. O golpista pede dinheiro para não expor as imagens e conversas nas redes sociais ou enviá-las para familiares, como a esposa da vítima. Em alguns casos, os criminosos se passam por policiais.

A Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, informou que remove imagens sexuais para impedir o compartilhamento de conteúdo de menores de idade ou não consensual.

No entanto, um dos golpes mais famosos feitos através do WhatsApp é o pedido de uma transferência bancária ou PIX, informando que a pessoa mudou de número. A especialista em marketing, Maria Fernanda Amarilha, já teve sua imagem usada para tentativas de aplicar o golpe.

Os criminosos enviaram mensagens para a mãe da especialista. “Estou precisando de fazer um pagamento agora, fiz outros dois pagamentos e não estou conseguindo completar a operação pelo meu aplicativo do banco, meu limite diário excedeu. Consegue resolver para mim?”, escreveu o estelionatário.

A mãe de Maria Fernanda percebeu que o jeito da mensagem não era como a filha escrevia, se atentou que era golpe e avisou a especialista, que publicou um post nas redes sociais, alertando os amigos e familiares para que ninguém caísse na tentativa de golpe.

O pai do professor de beach tennis, Vinícius Monteiro, não teve a mesma sorte. Os criminosos também usaram a imagem do professor para enviar pedidos de dinheiro ao pai, que enviou R$ 998. Monteiro relata que só depois de ter enviado a quantia, que o pai percebeu que tinha sido um golpe. Os dois fizeram boletim de ocorrência e avisaram os amigos e familiares do ocorrido, para que ninguém mais enviasse dinheiro para o número.

O advogado, Gabriel Vianna, também teve sua foto usada para tentativa de estelionato no WhatsApp. O pedido de dinheiro foi enviado para a mãe de Vianna. “Antes que pudessem pedir qualquer valor, minha mãe já cortou eles”, afirmou o advogado.

Ao saber da tentativa de golpe, o advogado alertou seus familiares e amigos nas redes sociais. Para a população, Vianna informa que sendo bem realista, é ideal que todos fiquem atentos para não cair em golpes, pois é bem difícil conseguir reverter e devolver o dinheiro.

“Como são fatos que ocorreram fora da agência, com a utilização de senha para transferência, nesses casos que você faz o PIX para a pessoa, é bem difícil conseguir reverter”, relata.