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Declarações de Lula sobre política externa podem causar estragos mais graves a partir de 2025

Após dois anos de declarações polêmicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na política externa, analistas apontam que essa postura pode gerar impactos mais graves ao Brasil no próximo ano, especialmente com o retorno de Donald Trump à Casa Branca e a indicação de Marco Rubio como Secretário de Estado dos EUA. Críticas ao sistema de comércio baseado no dólar e apoio a ditadores como Nicolás Maduro devem enfrentar maior escrutínio.

Lucas Fernandes, coordenador de análise política da BMJ Consultores, avalia que a proximidade com Joe Biden minimizou os custos dessas declarações até agora. No entanto, com Rubio, político republicano de ascendência cubana, à frente da diplomacia americana, a América Latina deve ganhar maior atenção dos EUA. Segundo Fernandes, qualquer fala de Lula estará sob maior vigilância, dado o enfoque de Rubio na região.

Rubio, senador republicano desde 2011, será o Secretário de Estado mais experiente em assuntos latino-americanos desde os anos 1970, falando fluentemente espanhol e possuindo forte conexão com a região.

Outro ponto sensível é o reconhecimento explícito da eleição de Nicolás Maduro na Venezuela. Apesar de não comparecer à posse em Caracas no próximo dia 10, Lula enviará a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, gesto interpretado como um endosso à ditadura venezuelana.

A resposta internacional pode não se limitar a declarações diplomáticas. Donald Trump, antes mesmo de assumir, já sinalizou possíveis medidas econômicas contra o Brasil, como a imposição de tarifas equivalentes às aplicadas pelo país sobre produtos americanos. Recentemente, Trump criticou nações como Brasil e Índia por suas altas tarifas e indicou que planeja taxar em 100% os países dos Brics que buscarem meios de desdolarização.

Trump também afirmou que os países Brics devem abandonar qualquer plano de criar uma nova moeda para substituir o dólar no comércio internacional, sob pena de enfrentar barreiras comerciais severas.

Os Brics têm desenvolvido alternativas ao sistema americano SWIFT, refletindo interesses de Rússia e China em reduzir a hegemonia do dólar. O Brasil, por sua vez, participa ativamente na criação de um novo sistema de pagamentos bancários alinhado aos planos do grupo.