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Delegadas da DEAM de Campo Grande pedem exoneração coletiva; 12 deixaram o cargo

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande vive uma crise sem precedentes. Nesta terça-feira (18), 12 delegadas solicitaram exoneração coletiva em protesto contra o que classificam como “linchamento público” de uma colega, envolvida no atendimento da jornalista Vanessa Ricarte. A profissional foi assassinada pelo ex-noivo poucas horas depois de buscar ajuda na delegacia.

Entre as delegadas que assinaram o pedido de renúncia estão Patrícia Peixoto Abranches, Stella Paris Senatore, Analu Lacerda Ferraz, Larissa Franco Serpa, Karolina Souza Pereira, Marianne Cristine de Souza, Karen Viana de Queiroz e Rafaela Brito Sayão Lobato. O documento foi encaminhado às autoridades responsáveis.

Repercussão e resposta do governo

A decisão das delegadas provocou um alerta nas esferas política e institucional. A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) organizou uma reunião de emergência para discutir soluções que impeçam a paralisação dos atendimentos às vítimas de violência doméstica.

O impacto do caso também chegou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O presidente da Casa, deputado Gerson Claro (PP), reconheceu falhas no sistema e destacou a necessidade de mudanças estruturais para garantir maior proteção às mulheres.

Entre as propostas analisadas estão:

  • A criação de uma unidade especializada para garantir o cumprimento de medidas protetivas;
  • A ampliação do efetivo da Patrulha Maria da Penha;
  • O incentivo à participação feminina nos concursos da segurança pública.

Feminicídio expõe fragilidade no atendimento às vítimas

A morte de Vanessa Ricarte trouxe à tona preocupações sobre a efetividade das medidas de proteção. A jornalista solicitou ajuda na DEAM durante a madrugada, mas a formalização da medida protetiva ocorreu apenas à tarde, momento em que o agressor ainda não havia sido notificado.

Além da demora no processo, mensagens atribuídas à vítima indicam que uma delegada teria sugerido que ela conversasse com o ex-noivo para que ele deixasse a residência. A recomendação gerou indignação e questionamentos sobre os protocolos adotados pela delegacia.

O deputado Paulo Duarte (PSB) cobrou mudanças urgentes no sistema de proteção às mulheres. “É evidente que houve falhas. Precisamos corrigir essas brechas e fortalecer os mecanismos de segurança”, afirmou.

O episódio evidencia desafios históricos no combate à violência contra a mulher e pressiona as autoridades por medidas concretas para evitar novas tragédias.