A deputada federal Camila Jara (PT-MS) enviou notícia-crime à Procuradoria Geral da República (PGR) no domingo (5.fev.23), contra Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cezar Barbosa.
“De acordo com matéria publicada pelo jornal Metrópoles no dia 03 de fevereiro de 2023 , há suspeitas de crimes de apropriação indébita, corrupção e atos de improbidade administrativa ligados à ex-Primeira-Dama do Brasil, Michelle Bolsonaro. Discutíveis episódios envolvendo participação ativa em “caixa 2”, fluxos de dinheiro vivo de propriedade pública para a conta pessoal de Michelle, bem como de possível “rachadinha” abrangendo ex-funcionária do Senado Federal e saqueamento de itens de alimentação da dispensa da residência oficial”, diz a introdução da peça enviada pela parlamentar.
Conforme a deputada, a PGR deve apurar se houve a prática de crimes de apropriação indébita, corrupção ativa, peculato, corrupção passiva e improbidade administrativa.
“O modus operandi dos noticiados, se baseava em um fluxo regular de dinheiro vivo do Palácio do Planalto para o Alvorada para financiar despesas privadas da primeira-dama e de seus parentes. Isso era feito por uma equipe encarregada de auxiliar Michelle, que tinha que ir ao Planalto para pegar os recursos em espécie na sala do tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid, que era o ajudante de ordens de Bolsonaro. O tenente-coronel Mauro Cesar Cid está sendo investigado por suspeita de gerenciar um caixa 2 palaciano com verbas que incluem saques feitos com cartões corporativos do governo. As mensagens obtidas exclusivamente pela coluna mostram que bastava um pedido de Michelle para que Cid autorizasse os assessores da primeira-dama a retirarem o dinheiro do Planalto com algum dos militares em seu time na ajuda de ordens do presidente da República. Além disso, ele também providenciava depósitos em dinheiro vivo na conta pessoal da mulher de Jair Bolsonaro”, narra a peça.
Com base nos fatos apresentados pelo Metrópoles, Camila diz ser evidente que o ex-presidente, a ex-primeira-dama e o tenente cometeram desvio das funções para beneficiamento próprio, com trânsito de dinheiro vivo no Palácio do Planalto e que diante da robustas informações obtidas pelo jornalista, cabe abrir investigação na PGR para aprofundar e esclarecer os fatos.