Quatro deputados federais de Mato Grosso do Sul estão entre os signatários do pedido de instauração da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigará um esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A proposta de investigação ganhou força após a revelação de um desvio bilionário que pode ter alcançado R$ 6,3 bilhões.
Assinaram o pedido de investigação os deputados sul-mato-grossenses Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Beto Pereira (PSDB). Eles se uniram a outros 181 parlamentares que, até quarta-feira (30), já haviam subscrito o requerimento, representando um total de 14 partidos, entre eles PL, Novo, Cidadania e Solidariedade.
A proposta da CPI foi apresentada pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que critica a permanência do ministro Carlos Lupi na pasta da Previdência Social durante as investigações. “Não dá para uma CPI investigar casos, muitos deles políticos, com ministro fazendo seus acordos contra as investigações”, declarou.
A pressão por apuração se intensificou após a deflagração da Operação Sem Desconto, no dia 23, que revelou um esquema nacional de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A CGU (Controladoria-Geral da União), que iniciou as investigações em 2023, entrevistou cerca de 1.300 aposentados — muitos deles relataram não saber sobre os descontos que eram feitos em suas folhas de pagamento.
No Mato Grosso do Sul, as apurações mostraram que 72% das entidades envolvidas não possuíam estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e tampouco entregavam a documentação exigida.