Em uma declaração que rapidamente repercutiu nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “Deus deixou o Sertão sem água pois sabia que eu seria presidente”. A frase, dita em um evento político nesta quarta-feira, 28, revela uma postura não apenas desumana, mas também desconectada da realidade das pessoas que vivem nas regiões mais afetadas pela seca histórica no Brasil.
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Insensibilidade diante de um problema grave
A fala de Lula revela também uma insensibilidade preocupante. Reduzir o drama humano do Sertão a uma piada política, ou a uma profecia que justificaria o sofrimento, desconsidera as histórias de resistência e luta das populações locais. Muitos sertanejos lutam diariamente para garantir água potável, enfrentar a seca, buscar alternativas para sobreviver.
Além disso, a declaração pode ser vista como um deslocamento da responsabilidade do governo para “forças sobrenaturais”, como se a crise hídrica fosse inevitável e alheia à atuação política. Isso contrasta com a necessidade urgente de ações concretas, planejamento e transparência na gestão dos recursos hídricos.
O que se espera de um presidente
Diante dos desafios estruturais do Brasil, especialmente no Nordeste, espera-se que o presidente demonstre empatia, compromisso e capacidade técnica para enfrentar as adversidades. Frases que misturam religiosidade com autopromoção política não contribuem para o debate sério e para a construção de soluções.
O Brasil não precisa de profecias ou discursos simbólicos: precisa de políticas públicas eficazes, de investimentos em infraestrutura hídrica, de apoio aos agricultores e comunidades afetadas e de gestão responsável dos recursos naturais.