O youtuber venezuelano Oscar Alejandro foi preso no Aeroporto Internacional Simon Bolívar, em Caracas, neste domingo, 31. Segundo informou sua família, ele foi acusado pela ditadura comunista de Nicolás Maduro de supostos vínculos com “atividades terroristas”. As autoridades da Venezuela ainda não comentaram o caso.
Ainda de acordo com os parentes, Alejandro, que mora nos Estados Unidos, foi levado para a divisão antiterrorismo da Polícia Científica (Cicpc), em Caracas, e deverá ser ouvido pelo tribunal nesta segunda-feira, 1º.
A popularidade de Oscar Alejandro
Com quase 2 milhões de assinantes no YouTube e mais de 580 mil seguidores no Instagram, Oscar Alejandro Perez Martínez, conhecido nas redes sociais apenas por Oscar Alejandro, é um influenciador popular no país.
Seus vídeos documentam suas visitas a pontos turísticos ao redor do mundo e suas interações com os moradores locais. Ao todo, o jovem já esteve em 28 países
No momento da prisão, o youtuber, reconhecido também por seu trabalho na promoção da cultura venezuelana, viajava para Canaima, no sudoeste da Venezuela, onde está o parque nacional que abriga Salto Angel, a maior cachoeira do mundo.
A acusação
Embora as autoridades venezuelanas ainda não tenham especificado o motivo da prisão, contas no Twitter/X ligadas ao regime de Maduro começaram a acusar Alejandro de supostamente incitar um ataque contra um prédio na capital.
No vídeo em questão, citado por dezenas de contas que apoiam abertamente o regime comunista de Maduro ou criticam sistematicamente dissidentes na Venezuela, Alejandro menciona brevemente a Torre Credicard, em Caracas, onde estão localizados os servidores de cartões eletrônicos do país para fazer pagamentos.
“Aquele prédio iluminado atrás de nós é a Torre Credicard”, aponta o youtuber, “que, como um fato curioso, é onde estão localizados os servidores de todos os cartões de crédito e débito na Venezuela. Se eles jogassem uma bomba naquele prédio, todo o sistema bancário nacional entraria em colapso.”
O vídeo foi publicado por Alejandro há sete meses, sem ter causado nenhum impacto até a prisão, neste Domingo de Páscoa. Desde então, dezenas de contas começaram a compartilhá-lo.
Perseguição na Venezuela
Desde o início do ano, as autoridades venezuelanas já efeturaram mais de 40 prisões, incluindo de militares, jornalistas e ativistas de direitos humanos.
Só em 2024, ano da eleição presidencial no país, marcada para o dia 28 de julho, o governo comunista de Maduro afirma ter descoberto seis supostos complôs ligados ao terrorismo e conspirações antigovernamentais.