Milhares de cubanos saíram às ruas neste domingo (17) para protestar contra a ditadura de Miguel Díaz-Canel em meio à crise energética e ao desabastecimento que estão enfrentando. Como de costume, o regime cortou as comunicações e os sinais de internet para impedir que o mundo observe o que está acontecendo.
Os moradores de Santiago de Cuba começaram a sair pacificamente neste domingo para exigir respostas à grave crise que estão enfrentando, e os primeiros vídeos começaram a circular nas redes sociais à tarde.
Porém, com o passar dos minutos, dezenas de usuários começaram a relatar que as conexões estavam muito lentas e, em alguns casos, caídas. Até mesmo pessoas que não estavam em Cuba comentaram sobre sua impossibilidade de entrar em contato com pessoas na ilha.
“Apenas temos internet, caso cortem todo o acesso, só me resta dizer que se Santiago de Cuba foi o ‘berço’ da Revolução, conforme diz a propaganda oficial… talvez possa ser seu túmulo. Berço e túmulo”, escreveu a jornalista dissidente Yoani Sánchez.
Segundo relatos do Cibercuba, em algumas áreas da cidade, os moradores não têm acesso à internet, enquanto alguns usuários têm dificuldades para se conectar através do serviço Nauta e utilizando algum tipo de VPN.
Os problemas de conectividade também foram registrados em outras cidades como Sancti Spíritus, Holguín e Pinar del Río.
A mobilização deste domingo começou na central Carretera del Morro e na rua 9 de Veguita de Galo. Depois de um tempo, o regime começou a desdobrar as forças de segurança para conter os protestos.
Até mesmo um vídeo mostra o momento em que Beatriz Johnson Urrutia, recentemente nomeada secretária do Partido Comunista de Cuba na província, tenta dialogar com os manifestantes do telhado de uma casa. No entanto, as pessoas não permitem que ela fale.
Meios de comunicação locais relataram que, ao chegarem ao local, os manifestantes gritaram “não queremos desculpas”. Ou seja, não querem mais desculpas por parte da ditadura castrista para justificar o drama que o povo está vivendo.
Por sua vez, o portal 14ymedio informou que alguns dos principais parques de Holguín foram militarizados pelas autoridades do regime.
“Há dezenas de oficiais motorizados, agentes vestidos à paisana e patrulhas, além de carros carregados de boinas vermelhas”, relatou um residente da cidade ao meio. E acrescentou: “Eles esperam algo ou temem repercussões em Holguín dos protestos em Santiago”.
O jornalista local Yosmany Mayeta relatou o que está acontecendo em Santiago de Cuba e compartilhou um vídeo em que dezenas de pessoas estão reunidas nas ruas gritando “energia e comida”. Além disso, em outro vídeo, as pessoas exclamam “Pátria e Vida”, frase que se tornou uma espécie de hino durante os protestos históricos de 2021.
As autoridades cubanas informaram no sábado que o país está “totalmente afetado” pelos apagões, incluindo a capital, mas sem chegar a um corte de energia generalizado. Desde o início de março, a ilha enfrenta uma nova onda de cortes devido aos trabalhos de manutenção na usina termelétrica Antonio Güiteras, a mais importante da ilha.
Neste fim de semana, o problema se agravou devido à escassez de combustível no país. A energia é necessária para alimentar as outras usinas termelétricas em funcionamento.