O bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) e aliado do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, declarou que o governo de Joe Biden teria financiado a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022. A afirmação foi feita em resposta a uma publicação do senador republicano Mike Lee, de Utah, na mesma rede social.
A acusação e o “Estado Profundo”
Mike Lee levantou suspeitas sobre uma possível interferência do governo Biden nas eleições brasileiras, mencionando o financiamento de iniciativas via Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid). Musk respondeu, endossando a acusação, com a expressão:
“Se isso é verdade, é um exemplo do Estado Profundo.”
O termo “Estado Profundo” é comumente usado em teorias da conspiração para descrever uma suposta rede oculta de poder dentro do governo americano que operaria de forma independente dos presidentes eleitos.
Parceria do TSE sob ataque
A narrativa de interferência também inclui alegações sobre parcerias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com estudos internacionais financiados por programas da USAid, incluindo iniciativas de combate à desinformação. Organizações que colaboram com o TSE e recebem recursos da agência americana são apontadas por apoiadores de Bolsonaro e Trump como evidências de uma suposta interferência externa no processo eleitoral brasileiro.
O papel da USAid
Criada na década de 1960, a USAid é uma agência que investe em projetos internacionais de governança, desenvolvimento e combate à desinformação. Em 2023, a agência destinou cerca de US$ 40 bilhões (R$ 235 bilhões) para iniciativas em mais de 130 países. Durante seu governo, Donald Trump chegou a congelar os investimentos da USAid por 90 dias, alegando viés ideológico, e prometeu desmantelar a agência caso volte ao poder.