No ano inicial do terceiro mandato do presidente Lula (PT), o Brasil enfrentou uma significativa queda de dez posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), principal referência global sobre o tema.
A pesquisa, conduzida pela Transparência Internacional, revelou uma variação negativa de dois pontos, saindo de 38 para 36, levando o país do 94° para o 104° lugar entre 180 nações analisadas.
O novo posicionamento coloca o Brasil em companhia de países como Argélia, Sérvia e Ucrânia. A pontuação nacional ficou abaixo das médias global e das Américas, além de ser inferior à de nações classificadas como “democracias falhas”.
No topo do ranking, Dinamarca, com 90 pontos, e Finlândia, com 87, lideram as melhores avaliações, enquanto a Somália, com 11 pontos, e a Venezuela, Síria e Sudão do Sul, todas com 13 pontos, ocupam as últimas colocações.
O IPC, fundamentado em dados de 13 fontes que medem as percepções de empresários e especialistas sobre a corrupção no setor público de cada país, destaca diversos fatores que contribuíram para a avaliação desfavorável do Brasil em 2023.
Decisões do presidente Lula, como a escolha de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), foram apontadas como elementos que impactaram negativamente a percepção de corrupção no país.
Além disso, o fortalecimento do Centrão e as atuações do STF, incluindo a anulação de provas do acordo de leniência da Odebrecht e multas no acordo com o grupo J&F, foram determinantes para a deterioração da posição brasileira no ranking internacional.