Médicos da Associação Mundial Profissional pela Saúde dos Transgêneros (WPATH) admitiram, por meio de conferências e e-mails vazados, que pacientes desenvolveram câncer em razão dos efeitos do tratamento hormonal.
A WPATH é uma das mais importantes organizações dedicadas a cirurgias de transição de gênero. Com sede no Texas, a instituição afirma que se dedica “à pesquisa clínica e acadêmica para desenvolver medicina baseada em evidências”.
Mia Hughes, organizadora dos documentos e pesquisadora da organização não governamental (ONG) Environmental Progress, publicou um relatório com mais de 200 páginas com as declarações vazadas, na segunda-feira 4.
“Sua abordagem da medicina é voltada para consumo e pseudocientífica, e seus membros parecem se dedicar ao ativismo político”, acusa Mia.
O presidente da ONG, o autor best-seller e jornalista Michael Shellenberger, afirmou que os arquivos internos da WPATH provam que a prática da medicina transgênero “não é científica nem médica”.
Arquivos da WPATH vazados
Um dos médicos da instituição mencionou uma pessoa transexual que morreu de câncer, em virtude do tratamento hormonal. “Tenho um amigo de transição que, depois de oito a dez anos de testosterona, desenvolveu hepatocarcinoma [uma forma de câncer de fígado]”, escreveu o médico.
Para o médico, o câncer estava ligado ao tratamento hormonal do paciente. O profissional também afirmou que o estágio da doença estava tão avançado que o paciente optou por cuidados paliativos e morreu alguns meses depois. Não está claro nos documentos se a pessoa que morreu sabia do efeito colateral.
De acordo com os arquivos, outros profissionais disseram que os pacientes trans nem sempre entendem as consequências da mudança de gênero. Os arquivos internos também denunciaram que os médicos prescrevem bloqueadores da puberdade, mesmo sabendo que adultos e crianças podem não compreender plenamente as consequências a longo prazo.
Os arquivos sugerem que os membros da WPATH dispensavam o comprometimento na capacidade de consentir pessoas com transtornos psiquiátricos severos, ao receitar hormônios e cirurgias para elas.
Um paciente com transtorno de identidade dissociativa, isto é, que “acreditava ter múltiplas personalidades”, recebeu o tratamento hormonal. Isso porque, conforme os médicos, o tratamento serve a “todas as personalidades alternativas”.
Crianças e adolescentes em cirurgias transgênero
Uma paciente “não binária”, de 13 anos, que sofria de transtorno alimentar, pediu para tomar testosterona, o hormônio masculinizante. Conforme uma endocrinologista pediátrica da WPATH, a adolescente precisaria apenas viver “como membro do sexo oposto por seis a 12 meses”.
Para Dianne Berg, psicóloga infantil e coautora de um capítulo pediátrico das diretrizes da WPATH, muitas das crianças que querem ser meninos “não entendem realmente que vão ter barba”. A WPATH é composta de médicos, psicólogos, terapeutas, e ativistas.