O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo fizeram duras denúncias sobre o avanço do autoritarismo no Brasil durante entrevista concedida ao jornalista norte-americano Tucker Carlson. O encontro ocorreu nos Estados Unidos, na quinta-feira, dia 29.
Carlson, ex-apresentador da emissora Fox News, que recentemente chamou a atenção ao entrevistar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 6 de fevereiro, recebeu agora o deputado federal e o jornalista em seu próprio canal.
No início da entrevista, o parlamentar criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e mencionou os protestos e prisões ocorridos em 8 de janeiro de 2023, além de recordar a prisão do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).
Ao ser questionado por Tucker Carlson se o Brasil é um país livre, Eduardo Bolsonaro respondeu negativamente, destacando o fato de três jornalistas estarem exilados nos EUA, com seus passaportes bloqueados: Allan dos Santos, o colunista de Oeste Rodrigo Constantino e o próprio Paulo Figueiredo, que participava da entrevista.
Quanto à legitimidade das eleições de 2022, Bolsonaro afirmou que precisa ter cuidado com suas palavras, mencionando o caso de Daniel Silveira, que foi condenado a nove anos de prisão por insultar ministros do STF. Sobre as eleições, ele declarou: “Não posso acusar que as eleições foram fraldadas, mas eles não podem provar que não foram.”
O deputado também mencionou a decisão do STF de tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro até 2026, por criticar a legitimidade da urna eletrônica.
Eduardo Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, atribuindo-lhe as recentes decisões autoritárias da Corte. Ele apontou a investigação instaurada por Moraes, há cinco anos, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, e afirmou que não há a quem recorrer contra as ações do STF. Ele concluiu: “O Supremo Tribunal processa pessoas, são as vítimas, os acusadores e os juízes de todos, sem distinção. Isso não é mais uma democracia.”