A esposa do ex-deputado federal Loester Trutis, Raquelle Trutis, foi exonerada, seis meses após nomeação para cargo no Governo do Estado. Segundo a publicação no Diário Oficial do Estado, a exoneração aconteceu a pedido.
“O SECRETÁRIO DE ESTADO DE GOVERNO E GESTÃO ESTRATÉGICA, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o disposto no parágrafo único do art. 1º do Decreto n. 14.903, de 27 de dezembro de 2017, com redação dada pelo Decreto n. 16.079, de 2 de janeiro de 2023, resolve: EXONERAR, a pedido, RAQUELLE LISBOA ALVES SOUZA, do cargo em comissão de Direção Gerencial Superior e Assessoramento, símbolo CCA-06, na Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos, reconduzindo-a, se for o caso, ao respectivo cargo efetivo do Quadro Permanente de Pessoal do Poder Executivo Estadual, a contar de 17 de outubro de 2023”, diz a publicação.
Raquelle recebia um salário de aproximadamente R$ 6 mil, que chegava a R$ 9,5 mil, aproximadamente, com as gratificações. Ela foi candidata a deputada estadual em Mato Grosso do Sul na última eleição, em dobradinha com o esposo, candidato a deputado federal e assim como seu esposo não venceu as eleições.
Raquelle é natural de Brasília e foi assessora do próprio Trutis durante o mandato dele na Câmara Federal. Na ocasião, tinha um salário de, aproximadamente, R$ 14 mil.
Gastos na campanha
O deputado federal Loester Trutis e sua esposa Raquelle Lisboa, receberam juntos do fundão R$ 2 milhões, sendo R$ 1 milhão para cada um utilizar em sua respectiva campanha.
Mesmo gastando uma verdadeira fortuna, ambos sofreram derrotas em suas campanhas e não foram eleitos. Loester Trutis e a advogada brasiliense Raquelle Lisboa Alves Souza, ambos do PL, terão de devolver R$ 1.013.888,90 do fundo eleitoral, utilizados indevidamente durante a campanha do ano passado.
Desse montante, R$ 556.388,96 deverão ser restituídos por Trutis e R$ 457.500,00 por Raquelle. Na chapa para deputado estadual, a esposa de Trutis recebeu valor até 66 vezes maior que outras concorrentes da legenda.
Gastos exorbitantes
Cabe esclarecer que, no valor cobrado pela Procuradoria, não estão incluídas eventuais irregularidades que vierem a ser encontradas sobre os recursos públicos gastos com impulsionamento de material nas redes sociais. Somente com a promoção de postagens no Facebook, Instagram e Google durante as eleições, Loester Trutis torrou impressionantes R$ 311.685,00 e Raquelle, R$ 257.388,00.
Somente com a promoção de postagens no Facebook, Instagram e Tik Tok durante as eleições, Loester Trutis torrou impressionantes R$ 311.685,00 e Raquelle, R$ 257.388,00.
A Procuradoria constatou algumas coincidências na prestação de contas de Trutis e Raquelle. Uma delas foi a troca de valores entre duas empresas: Cid Nogueira Fidelis e JC Hipólito Taques. Quando a primeira empresa emitia nota com valor maior a Trutis, a outra emitia nota com valor inferior a Raquelle. E o processo se repetia, inversamente, com a outra empresa.
Outra empresa que teria prestado serviços ao casal, a JC Hipólito Taques Comunicação, recebeu R$ 336 mil, sendo R$ 247 mil do deputado federal e R$ 89 mil de Raquelle. Na prestação de contas de Trutis e esposa, as notas fiscais mencionam serviços de “criação de identidade visual para redes sociais”, “criação de banners redes sociais”, “gestão de tráfego Instagram” e “gestão de tráfego Facebook”.
Ronda Eventos e Publicidade também teve os pagamentos reprovados pelo trabalho de “assessoria de comunicação para produção de conteúdo eleitoral de rádio e de televisão”. A empresa recebeu R$ 17 mil do casal, sendo R$ 8.500 de cada. Constam ainda da lista Hernani Filmes e Marketing Digital, de Brasília, e Lucilene da Cunha Idamis, ambas sem comprovação dos serviços.