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Ex-assessor de Puccinelli vai a julgamento por usar cargo para captar clientes para empresa que era sócio

O ex-assessor Wilson Roberto Gonçalves, que atuou no Gabinete de Governo na gestão André Puccinelli (MDB), vai a julgamento em dezembro pela acusação de corrupção por usar o cargo público para captar clientes para a empresa que era sócio. A denúncia do Ministério Público Estadual mostra que houve “recebimento de vantagem ilícita” com a manobra.

Wilson foi secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Produção e Turismo (Seprotur), entre 2006 e 2008, e assessor no Gabinete de Governo, entre 2007 e 2013. Segundo o MPE, enquanto esteve nestes cargos, o engenheiro agrônomo compôs parceria com um empresário e captou clientes para a empresa Arater Consultoria e Projetos Ltda.

A dupla trabalhava na prestação de serviços e realização de projetos para a implantação de agroindústrias, necessários à obtenção de licenças junto a órgãos do governo. As funções na administração estadual permitiam a Wilson ter acesso aos supostos clientes da empresa Arater e o recebimento de vantagem ilícita, que beneficiava os dois denunciados.

O promotor explica que é vedado a funcionário público exercer comércio ou participar de sociedade comercial, sendo que a parceria entre Wilson Gonçalves e o empresário Ireno Golin foi evidenciada em ação de reconhecimento e dissolução de sociedade que tramitou na 15º Vara Cível de Campo Grande.

O juiz responsável pelo processo extinguiu a ação devido à proibição de servidores públicos de compor sociedade e reconheceu a prática, em tese, dos crimes de advocacia administrativa e corrupção.

Wilson afirma que recebia mensalmente honorários no valor de R$ 4.990,00, além de diversos lucros pelos contratos com as empresas, conforme comprovante de transação bancária e recibos incluídos nos autos, bem como de e-mails enviados pelo funcionário público com o fim de cobrança de haveres pela parceria.

A denúncia por corrupção passiva foi aceita pelo juiz Marcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande. O magistrado rejeitou os pedidos dos réus para recusar as acusações e marcou audiência de instrução e julgamento para o próximo dia 5 de dezembro, conforme publicação no Diário da Justiça na última quinta-feira (5).