O que aconteceu nas eleições de 2018, quando o apoio do presidente Bolsonaro elegeu centenas de políticos que se diziam bolsonaristas e depois viraram a casaca, como por exemplo, o Dória em São Paulo com o bolsodória, está acontecendo novamente em 2022. No período de campanha esses candidatos surgem como bolsonaristas, e depois eles não se mantêm, ficando provado de que eles não eram, não são e não vão ser bolsonaristas de verdade. Como está acontecendo em Mato Grosso do Sul.
Na última semana, o filho número 03 do presidente Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL) gravou um vídeo e publicou nas redes sociais alertando os bolsonaristas de verdade e dando um puxão de orelha nos candidatos que se dizem apoiadores da reeleição do presidente, mas não divulgam Bolsonaro nos materiais de campanha, como por exemplo, as conhecidas colinhas.
No vídeo gravado ao lado de um candidato que apoia o presidente, Eduardo diz: “Tem muita gente que se diz candidato, que apoia Bolsonaro, mas não coloca o número no santinho. Pode até ter esquecido? Pode ter esquecido. Mas, bolsonarista de verdade, coloca Bolsonaro aqui do lado (ele exibe um santinho)”.
A situação acontece em Mato Grosso do Sul, o partido do presidente se coligou com o PSDB que tem um candidato concorrendo ao Governo do Estado, mas que distribui materiais sem o número ou a imagem de Bolsonaro, além de não defender as pautas, ações e a reeleição do presidente em suas reuniões, como relatam alguns eleitores bolsonaristas. Em um debate, o candidato disse inclusive que iria trabalhar com qualquer presidente que ganhe a eleição, o que também não caiu bem aos fiéis bolsonaristas.
O candidato tucano em Mato Grosso do Sul é apoiado pelo PSB, que está com Lula, e pelo PDT, de Ciro Gomes, que inclusive, esteve em Campo Grande e foi recebido pelo governador Reinaldo Azambuja. “O PSDB local enxergou na candidatura de Ciro a única capaz de reverter o artificial cenário de polarização cristalizado para o pleito presidencial. O apoio a Riedel foi natural e vamos caminhar juntos”, afirmou Marcelo Panella, presidente do PDT-MS. O fato é de conhecimento público em Mato Grosso do Sul, através do material de campanha divulgado e da própria postura do candidato tucano, que nem seguia o presidente nas redes sociais até poucos dias.
Os eleitores bolsonaristas estão muito atentos a este problema, porque viveram isso em 2018, com candidatos que se diziam “bolsonaristas” e logo em seguida traíram o presidente, exemplo disso é Soraya Thronicke (União Brasil) que se elegeu na onda bolsonaro em 2018 e agora declarou em entrevista que nunca foi bolsonarista.
O candidato ao Governo de São Paulo, lançado por Bolsonaro, o ex-ministro, Tarcisio de Freitas, declarou recentemente também, que o PSDB é o PT de gravata.