O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeou nesta quinta-feira (5) a quarta fase da Operação Tromper, com ações simultâneas em Sidrolândia e Campo Grande. A ofensiva aprofunda as investigações sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e contratos direcionados em prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul.
A operação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, inclusive na casa do ex-secretário Claudinho Serra, em Campo Grande. Claudinho, que já havia sido preso em abril, voltou a ser alvo dos investigadores. Ele é genro da prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo, e é apontado como uma peça-chave no suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.
Em Sidrolândia, a movimentação intensa do Gaeco, com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, chamou atenção e causou temor entre servidores e empresários ligados à administração pública. Embora os nomes dos alvos desta nova fase não tenham sido oficialmente divulgados, a ação foi descrita como estratégica para “fortalecer as provas já obtidas nas fases anteriores” da Operação Tromper.
Segundo o Ministério Público, a investigação apura irregularidades em contratos administrativos com indícios de direcionamento licitatório e lavagem de dinheiro. As fases anteriores já haviam revelado indícios de que parte dos valores desviados eram distribuídos entre servidores e intermediários com vínculos políticos locais.
Linha do Tempo – Operação Tromper
Fase 1 – Abril de 2024
Início da operação
– Gaeco deflagra a Operação Tromper para investigar um suposto esquema de corrupção em Sidrolândia.
– São apuradas fraudes em processos licitatórios, superfaturamento e desvio de recursos públicos.
Empresários e servidores municipais são alvos de mandados de busca.
Fase 2 – Agosto de 2024
Avanço nas investigações
– Novos mandados são cumpridos, e surgem evidências de uma possível organização criminosa atuando de forma estruturada dentro da prefeitura.
– Contratos com empresas de fachada entram na mira do Ministério Público.
– Gaeco começa a mapear repasses de valores suspeitos.
Fase 3 – Abril de 2025
Prisão de Claudinho Serra
– O ex-secretário e ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra é preso.
– Investigadores apontam que ele teria atuado como operador do esquema, articulando contratos direcionados.
– A operação ganha repercussão estadual após revelações de ligações políticas e familiares com autoridades locais, incluindo a prefeita Vanda Camilo.
Fase 4 – 5 de Junho de 2025
Nova ofensiva em Sidrolândia e Campo Grande
– Gaeco deflagra a quarta fase da operação com apoio do Batalhão de Choque.
– A casa de Claudinho Serra, em Campo Grande, é alvo de mandado de busca e apreensão.
– O Ministério Público aponta que a fase visa robustecer as provas já coletadas, indicando crimes como corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
– A ação provoca tensão no meio político e entre servidores da prefeitura de Sidrolândia.