O jornalista Michael Shellenberger, responsável pela divulgação do conteúdo do Arquivo do Twitter no Brasil, trouxe à tona críticas contundentes contra o governo brasileiro, acusando-o de disseminar teorias da conspiração. A denúncia veio em resposta a uma reportagem da CNN.
Shellenberger começou sua crítica apontando para a aparente contradição do governo em censurar teorias da conspiração enquanto as promove. “O governo brasileiro quer censurar as teorias da conspiração e ainda assim aqui está, espalhando teorias da conspiração”, declarou.
A reportagem da CNN alegava que as postagens de Elon Musk sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes eram coordenadas por deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma rede de atuação calculada. Segundo a jornalista Raquel Landin, o governo brasileiro suspeita que esses ataques estejam sendo feitos em cooperação com deputados bolsonaristas.
Os nomes dos deputados federais Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Bia Kicis, Gustavo Gayer e Marcel Van Hatten foram citados como parte das investigações em andamento.
Entretanto, a âncora da CNN ressaltou que ainda não havia comprovação das alegações feitas na reportagem: “Ainda não temos provas sobre isso, está sendo investigado”.
Shellenberger ironizou a falta de evidências, afirmando: “Boa sorte em encontrar evidências porque não há nenhuma!”. Ele explicou os eventos que o levaram à publicação dos Arquivos do Twitter Brasil, revelando ameaças de processo por parte de Moraes e funcionários do governo contra o advogado do Twitter no Brasil, caso não fornecesse informações privadas e pessoais de usuários.
O jornalista norte-americano ressaltou que apenas ele e alguns colegas sabiam sobre a publicação do arquivo, negando qualquer envolvimento de Elon Musk e dos deputados brasileiros. Ele criticou a falta de apuração cuidadosa por parte da CNN, afirmando que se tivessem feito seu trabalho corretamente, teriam obtido informações detalhadas com ele antes de veicular sua reportagem.
“Se a CNN tivesse feito o seu trabalho, poderia ter aprendido tudo isto comigo antes de publicar a sua ‘desinformação'”, escreveu Shellenberger. Ele ainda destacou que foi entrevistado pela CNN duas noites antes e compartilhou detalhes sobre a origem do Twitter Files – Brasil, sugerindo uma desconexão entre os repórteres da emissora.