O Ministério da Educação (MEC) autorizou o Instituto J&F, presidido por Joesley Batista, a abrir uma faculdade para oferecer cursos universitários.
A portaria, assinada pelo ministro Camilo Santana, foi publicada na edição do Jornal Oficial da União em 11 de abril. Consta que o pedido foi analisado e teve parecer favorável da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.
A autorização credencia a Faculdade Germinare, mantida pelo Instituto J&F, a oferecer cursos superiores na modalidade a distância. A faculdade funcionará no mesmo endereço do instituto, no Parque Anhanguera, em São Paulo. O credenciamento é válido por quatro anos, informa a portaria.
O Instituto J&F foi fundado há 15 anos e tem pouco mais de mil alunos. Até agora, a instituição oferecia cursos de educação básica e ensino médio.
O pedido para a criação da Faculdade foi protocolado pelo instituto no MEC em outubro de 2021, ainda no governo de Jair Bolsonaro, mas, apenas agora, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a instituição de ensino superior foi credenciada.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o primeiro curso da faculdade gerenciada por Joesley Batista será de gestão comercial, com 150 vagas e duração de dois anos. As aulas serão a distância.
O jornal também informa que a instituição pretende abrir outros oito cursos: produção industrial, varejo, finanças, processos gerenciais, tecnologia da informação, análise e desenvolvimento de sistemas, marketing e educação corporativa.
J&F, empresa dos irmãos Batista, tenta se livrar de multas por corrupção
O nome da J&F tem se mantido na imprensa em razão das tentativas da empresa de se livrar de multas e sanções que aceitou pagar em 2017 para se livrar de processos penais por corrupção. Uma das multas, de R$ 10,3 bilhões, está suspensa por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A empresa afirma que houve coação para que assinasse o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF), embora não tenha apresentado qualquer prova dessa alegação. O MPF nega a acusação e sustenta, por exemplo, que a empresa estava amparada por amplo corpo de advogados, o que impediria qualquer mácula no acordo assinado. A J&F também tenta anular multas de acordos celebrados com a Controladoria Geral da União.