Em 2023, quase 40% dos domicílios nas regiões Norte e Nordeste do Brasil enfrentaram algum nível de insegurança alimentar, destacando-se como as áreas mais afetadas no país. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que 39,7% dos lares no Norte e 38,8% no Nordeste estavam nesta condição, superando muito as taxas das outras regiões brasileiras. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), o Centro-Oeste registrou 24,3% de seus domicílios com insegurança alimentar, enquanto o Sudeste e o Sul apresentaram, respectivamente, 23% e 16,6%, todos abaixo da média nacional de 27,6%.
Os dados atuais mostram uma redução quando comparados com os da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) de 2017-2018, onde os percentuais eram ainda mais elevados: 57% no Norte, 50,3% no Nordeste, 35,2% no Centro-Oeste, 31,2% no Sudeste e 20,7% no Sul, com uma média brasileira de 36,7%.
O IBGE explica que, apesar das pesquisas serem diferentes, “os resultados podem ser analisados em conjunto porque seguem a mesma metodologia”, usando critérios da Ebia (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar) para classificar os domicílios. Entre 2017 e 2023, não houve pesquisas sobre o tema, um período marcado pelos desafios econômicos da pandemia de Covid-19, que exacerbou a perda de renda e o aumento dos preços dos alimentos, trazendo à tona cenas de brasileiros em busca de doações e até de restos de comida.
Apesar da melhora desde a última pesquisa da POF, os índices atuais ainda superam os registrados em 2013, demonstrando que a insegurança alimentar continua sendo um desafio persistente no país. Naquela época, os percentuais eram de 36,1% no Norte, 38,1% no Nordeste, 18,2% no Centro-Oeste, 14,5% no Sudeste e 14,9% no Sul, com uma média nacional de 22,6%.
Reprodução FolhaPress