Se você tiver a curiosidade de acessar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ler o conteúdo dos registros de pesquisas eleitorais, cadastrados pelos diversos institutos, vai perceber que em todas o quesito ‘nível de confiança’ dos dados apresentados é de 95%. Outro quesito, a ‘margem de erro’, varia de 3 a 4% normalmente.
A princípio, a metodologia, o plano amostral, o controle e fiscalização da coleta de dados, despertam no cidadão [mais especificamente no eleitor] a presunção de que os dados levantados são verdadeiros ou próximos do ‘retrato do momento’ em que as opiniões sobre intenção de voto foram colhidas. As pesquisas, desde que devidamente registradas, não passam por censura prévia da Justiça Eleitoral e podem ser divulgados naturalmente.
Ao longo dos tempos, as pesquisas de intenção de voto, em todos os níveis de campanha eleitoral [nacional, estadual, municipal, majoritária ou proporcional], provocam manifestações de confiança e descrédito, amor e ódio, certeza e dubiez. Quando sai o resultado da eleição, algumas acertam, outras ficam dentro da margem de erro, mas várias erram feio, passam longe do resultado real. Algumas são suspensas pela Justiça Eleitoral, seja por erros técnicos ou por suspeita de manipulação.
Em Campo Grande vivemos um exemplo negativo da atuação dos institutos. Nas eleições municipais de 2024, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), recebeu 51,45% dos votos válidos contra 48,55% de Rose Modesto (União Brasil. Os números foram opostos aos divulgados pelos institutos de pesquisa.
Os números das urnas contrastam com as pesquisas eleitorais divulgadas na véspera. O Ranking deu 53% a Rose Modesto e 47% a Adriane Lopes na boca de urna. Na véspera o Instituto Ranking deu, respectivamente, 51,6% a 48,4%.
Confira os números divulgados pelos institutos de pesquisa:
AtlasIntel: Rose 54% | Adriane 46%
Veritá: Rose 53,9% | 46,1%
Instituto Futura/100% Cidades: Rose 52,8% | 47,2%
Quaest: Rose 51% | Adriane 49%
Novo Ibrape: Rose 50,9% | Adriane 49,1%