A Polícia Federal de Uberlândia (MG) abriu uma investigação para apurar uma denúncia anônima contra o deputado André Janones (Avante-MG) sobre um esquema suposto de “rachadinha”. O caso, que também está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), envolve acusações de cobrança de parte do salário de servidores para custear despesas pessoais do deputado.
As denúncias feitas por um ex-assessor de Janones sobre a prática de “rachadinha” entre funcionários do gabinete parlamentar em Brasília foram anexadas a uma apuração preliminar que tramita no STF desde maio, com a relatoria do ministro Luiz Fux. Em novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu com um pedido da Polícia Federal para prorrogar a investigação por mais 60 dias, e Fux, segundo informações da CNN, está prestes a dar aval a esse pedido.
O conteúdo dos áudios que tratam do suposto esquema, revelado pelo portal Metrópoles, está sendo minuciosamente investigado pela PF. Nas gravações, Janones é acusado de solicitar aos funcionários uma “vaquinha” para financiar as eleições de 2020. O deputado nega veementemente qualquer irregularidade.
O ex-assessor de Janones, Cefas Luiz Paulino, afirma ter feito a gravação durante uma reunião com o parlamentar e parte de sua equipe em fevereiro de 2019. A PF de Uberlândia abriu uma investigação com base em uma denúncia anônima contra Janones e a prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes, ex-assessora dele na Câmara. O caso chegou ao Supremo em maio, devido ao foro privilegiado do deputado.
A investigação, mantida sob sigilo no STF, também abrange um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. A PGR solicitou à PF, em agosto, que realizasse diversas diligências preliminares, incluindo o levantamento dos recursos provenientes de emendas destinadas a Janones à cidade de Ituiutaba, com atenção especial a uma emenda no valor de R$ 7 milhões, realizada sem especificamente específica.
Além disso, a PGR exige informações sobre contratos para o recapeamento de asfalto no município. Em nota, André Janones afirmou que suas declarações foram retiradas de contexto e negou a prática de “rachadinha”, explicando que sua sugestão inicial foi vetada por sua advogada antes de ser colocada em prática.