Sete anos após ser denunciado por corrupção e pagamento de propina na licitação do lixo em Campo Grande, o senador Nelsinho Trad (PSD) foi inocentado pela Justiça e teve o bloqueio de R$ 94 milhões suspenso.
A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de MS, composta pelos desembargadores Vilson Bertelli (relator), Geraldo de Almeida Santiago e Alexandre Raslan, que anularam a sentença de primeira instância e livraram Nelsinho das acusações.
O Ministério Público Estadual (MPE) ainda tenta reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça. O promotor Adriano Lobo Viana de Resende queria manter o bloqueio de bens para garantir o ressarcimento de R$ 13,2 milhões aos cofres públicos e o pagamento de R$ 80 milhões por danos morais coletivos, mas não conseguiu liminar.
A denúncia teve como base investigações da Polícia Federal, que apontaram pagamento de propina e compra de sentenças envolvendo a Solurb, concessionária do lixo na Capital, citada em operações como Mineração de Ouro, Terceirização de Ouro e Ultima Ratio — que investigam conselheiros do TCE e desembargadores do TJMS.
Segundo o MPE, parte do dinheiro supostamente desviado — R$ 29,2 milhões — teria sido usado para comprar a Fazenda Papagaio, e outros R$ 13,2 milhões foram pagos indevidamente pela prefeitura para tratamento de chorume.
Em 2021, o juiz David de Oliveira Gomes Filho condenou Nelsinho, determinou nova licitação do lixo e sequestrou R$ 94 milhões em bens de envolvidos, incluindo a ex-deputada Antonieta Amorim, João Amorim e sócios da Solurb. Mas, em fevereiro de 2024, a decisão foi revertida pelo TJMS.
Apesar da vitória neste caso, Nelsinho ainda responde a outra ação civil pública, que cobra R$ 101 milhões. Esse processo segue em andamento na 1ª Vara de Direitos Difusos, sem sentença até o momento.