A juíza Ludmila Lins Grilo anunciou que está residindo nos Estados Unidos sob asilo político desde 2022. A magistrada, cuja partida do Brasil permaneceu em sigilo por mais de um ano, declarou que se sente segura na “terra da liberdade” em meio, segundo ela, à “ditadura que se instalou no Brasil”.
Ludmila Lins Grilo, proibida de exercer suas funções como juíza no país, enfrenta investigações em dois casos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em um comunicado divulgado em seu blog pessoal, a juíza prometeu expor todos os detalhes da “trama envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF” às autoridades dos Estados Unidos e à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A decisão de Ludmila de buscar asilo político nos EUA foi mantida em segredo por mais de um ano, durante o qual ela reorganizou sua vida e manteve suas atividades judiciais por videoconferência. Ela compartilhou em seu blog que ainda desempenhava suas funções como juíza criminal, mesmo fora do Brasil.
“Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional, pois ainda não podia revelar que eu não morava mais no Brasil”, explicou a juíza conservadora.
Ludmila Lins Grilo agora se encontra em uma posição de asilada política nos Estados Unidos, após completar o processo de solicitação de asilo político. Em entrevista à Gazeta do Povo, a juíza afirmou que pretende apresentar às autoridades americanas e à Corte Interamericana de Direitos Humanos toda a “trama envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF, mais especificamente por Alexandre de Moraes, assim como pelo CNJ e TJMG”. O anúncio levanta questões sobre as relações entre o sistema judiciário brasileiro e as alegações de perseguição por parte da juíza.