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Justiça Federal suspende presidente do Conselho da Petrobras apontando conflito de interesses

Em uma decisão de caráter liminar, a Justiça Federal de São Paulo determinou a suspensão de Pietro Mendes da presidência do Conselho de Administração da Petrobras. A ação, movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP), contesta a legalidade da nomeação de Mendes, apontando violações à Lei das Estatais e ao estatuto da companhia.

Pietro Mendes, que atualmente também ocupa o cargo de secretário nacional de Petróleo e Gás no Ministério de Minas e Energia, é considerado um aliado próximo do ministro Alexandre Silveira. A decisão judicial destacou: “Restou configurada, ao menos nesta análise inicial, a ilegalidade do ato administrativo de indicação de Pietro Adamo Sampaio Mendes no cargo de Conselheiro de Administração, pela União Federal, na qualidade de acionista controladora, bem como a da aprovação dessa indicação pela Assembleia Geral, e sua manutenção como Presidente do Conselho de Administração”.

O cenário na Petrobras está cada vez mais tenso, com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, enfrentando desafios sérios em sua gestão. Recentemente, ele e o ministro Silveira entraram em conflito sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da empresa, com Prates defendendo a entrega de 50% dos lucros aos acionistas, enquanto Silveira e outros membros do conselho se opuseram, priorizando investimentos em energia limpa.

Essa disputa interna já impactou negativamente a Petrobras, que viu uma redução de 55 bilhões de reais em seu valor de mercado após as controvérsias sobre a distribuição de lucros. Em um momento de defesa, Jean Paul Prates listou em uma mensagem de WhatsApp enviada a interlocutores, diversas conquistas sob sua administração, incluindo recordes de lucro e valorização de mercado, além de uma nova política de preços que desvincula os custos internos dos preços internacionais de importação.

O presidente Lula não descarta mudanças na liderança, com rumores de que Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, possa ser o próximo na linha para assumir o comando da petroleira.