Após afirmar que Lula (PT) não seria reeleito se a eleição fosse hoje, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, mudou o tom e disse que o petista “é forte” e “ainda pode reverter o cenário” para 2026. O PSD ocupa três ministérios no governo: Minas e Energia, Agricultura e Pesca.
“Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa sobre a eleição. Ele ainda pode reverter o cenário. Ele é forte”, disse Kassab ao Estadão/Broadcast durante a premiação Outliers Infomoney.
Na semana passada, Kassab declarou que o PT seria derrotado em 2026. “O PT não estaria na condição de favorito, mas de derrotado. Não vejo articulação para reverter essa tendência de piora no cenário. Não há nenhuma marca forte, como FHC e Lula tiveram nos primeiros mandatos”, afirmou.
O dirigente do PSD, que também é secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, destacou que “os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026”. Na ocasião, também classificou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “fraco”. Lula rebateu, chamando a crítica de “injusta”.
“Quando vi a fala do companheiro Kassab, comecei a rir. Olhei no calendário e percebi que a eleição será só daqui a dois anos. Fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição. Acho que ele foi injusto com o companheiro Haddad”, declarou o presidente.
Lula também defendeu o ministro: “Posso não gostar de alguém e ter críticas pessoais, mas não reconhecer que Haddad coordenou a PEC da Transição, quando não tínhamos dinheiro para governar em 2023, seria um erro. Ele foi fundamental para aprovar a PEC”, acrescentou.
Sobre a reforma ministerial que Lula deve fazer em breve, Kassab minimizou o impacto para o PSD e disse que a mudança será limitada.
“As declarações do presidente mostram que ele não pretende fazer grandes alterações. Vai ficar no arroz com feijão. Ele deixou isso bem claro”, afirmou. “Nossa torcida é que o presidente Lula faça um bom governo para o Brasil”, concluiu.