Os militares sul-coreanos alertaram a população para não se aproximarem dos cerca de 150 balões com fezes e lixo enviados ao país por Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte. O material foi visto na Província de Gyeongnam, na noite da última terça-feira, 28, e continuou chegando na manhã desta quarta-feira, 29.
“Esses atos da Coreia do Norte violam claramente o Direito internacional e ameaçam seriamente a segurança do nosso povo”, afirmaram os militares. “Alertamos severamente a Coreia do Norte para parar imediatamente com esse ato desumano e vulgar.”
Os primeiros balões, que continham resíduos como plástico, baterias e fezes, foram vistos na Província de Gyeongnam, no sudeste da Coreia do Sul. Seul atribuiu a ação a Pyongyang, que teria respondido ao envio de panfletos antirregime por ativistas sul-coreanos.
Resposta aos panfletos
A ação foi uma resposta aos panfletos enviados por ativistas, também em balões, para o território norte-coreano. Kim Kang-il, vice-ministro da Defesa norte-coreano, havia declarado que medidas retaliatórias seriam tomadas.
“Serão tomadas medidas retaliatórias contra a frequente dispersão de panfletos e outros lixos [pela Coreia do Sul] perto das zonas fronteiriças”, disse Kim, no domingo 26, segundo a KCNA. “Montes de lixo e sujeira serão em breve espalhados pelas áreas fronteiriças e pelo interior da Coreia do Sul, que entenderá quanto esforço é necessário para removê-los”, acrescentou.
Histórico de tensões
Ativistas sul-coreanos e desertores norte-coreanos têm enviado balões à Coreia do Norte durante anos. Esses balões carregam panfletos com críticas ao regime de Pyongyang e instando os norte-coreanos a se rebelarem. Além disso, os balões também contêm cartões de memória com videoclipes de k-pop, que são proibidos na Coreia do Norte.