O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou nesta segunda-feira (11), em Nova Délhi, capital da Índia, a chuva excessiva que deixou 46 mortos no Rio Grande do Sul e o terremoto que matou mais de 2 mil pessoas no Marrocos na semana passada.
O petista associou o terremoto e o ciclone aos impactos da mudança climática. Não há comprovação científica de que eventos meteorológicos extremos sejam a causa direta de tremores e ciclones.
“Não tem muita explicação para a ocorrência das tragédias, a não ser a mudança do clima, a não ser o que nós estamos fazendo com o planeta”, disse Lula, pouco antes de embarcar para Brasília, após ter participado da Cúpula do G20 na capital indiana.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), estatisticamente, há distribuição igualitária de terremotos nos diferentes climas. A agência diz que as tempestades intensas, incluindo furacões e tufões, até podem desencadear deslizamentos na crosta terrestre, mas que esses eventos são pequenos e pouco significativos. “Não existe ‘clima de terremoto’”, afirma.
O terremoto no Marrocos ocorreu na sexta-feira (8) em Ighil, nas montanhas do Alto Atlas, cerca de 70 quilômetros a sudoeste da cidade turística de Marrakech. Nesta segunda, o Ministério do Interior marroquino atualizou o número de mortes para 2.497 –outras 2.476 pessoas ficaram feridas.
Mais de 48 horas após o tremor, o mais letal desde 1960, as equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar sobreviventes –ainda segundo o ministério marroquino, centenas de pessoas continuam desaparecidas. As mortes se concentram nas províncias e municípios de Al Hauz, Marrakech, Uarzazat, Azilal, Chichaoua e Tarudant.
Tragédia no Sul
Lula foi criticado por não ter visitado o local da tragédia no Rio Grande do Sul, que, além das mortes, soma 46 desaparecidos.
No domingo (10), seis dias após o desastre no Estado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) visitou a região e anunciou a liberação de recursos para as vítimas e para a reconstrução da infraestrutura danificada. Serão repassados R$ 741 milhões para as cidades mais atingidas no Vale do Taquari.