A bancada do agro na Câmara reagiu enérgicamente às mais de 20 invasões de terras ocorridas em menos de uma semana e aos gestos de apoio do governo federal ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em resposta, conseguiram a aprovação de urgência para votação de uma proposta destinada a conter tais invasões. Esta medida, que autoriza proprietários de terras a acionar a polícia para remover invasores mesmo sem ordem judicial, é uma reação direta à falta de repressão por parte do governo e à premiação dos movimentos sociais com o programa “Terra da Gente”.
A votação da proposta destacou o crescente descontentamento da bancada do agro com o governo, especialmente após o lançamento do programa “Terra da Gente”, interpretado como um sinal de conivência de Lula (PT) com as recentes invasões do MST.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou duramente a postura do governo diante das invasões, afirmando que demonstra um apoio indireto aos crimes. Ele questionou a coerência do governo ao pregar a pacificação no campo enquanto permite tais invasões.
A reação da bancada do agro pode desencadear ainda mais propostas para coibir invasões de terras, abrangendo uma gama mais ampla de crimes associados aos movimentos sociais. O presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero, deputado Zucco (PL-RS), destacou a necessidade de combater não apenas os casos de esbulho possessório, mas também de extorsão, danos ao patrimônio, crimes ambientais e corrupção.
Enquanto isso, a resposta do governo às invasões incluiu a destinação inicial de R$ 520 milhões para o programa “Terra da Gente”, visando assentar 73 mil famílias até o final de 2024. No entanto, a diferença entre o número de famílias acampadas e a meta do programa gerou controvérsias, especialmente devido à inclusão de assentamentos quilombolas.
A urgência na votação da proposta anti-invasão é apenas o primeiro passo de uma série de medidas articuladas pela bancada do agro. Os parlamentares têm em vista outras 17 propostas chamadas de “anti-invasão”, algumas das quais podem ser levadas diretamente para o plenário com a articulação da FPA.
