O presidente da Argentina, Javier Milei, pretende demitir cerca de 70 mil funcionários públicos nos próximos meses. Durante discurso no IEFA Latam Forum, que ocorreu em Buenos Aires na terça-feira 26, Milei ressaltou que congelou obras públicas, cortou alguns financiamentos e encerrou mais de 200 mil planos de seguridade social, que classificou como corruptos.
Ele afirmou que as medidas fazem parte de uma estratégia de “motosserra” para alcançar um equilíbrio fiscal a qualquer custo. Embora representem uma pequena fração dos 3,5 milhões de trabalhadores do setor público, os cortes de Milei devem enfrentar mais resistência por parte dos grandes sindicatos do país.
No discurso, o presidente citou pesquisas que mostram que os argentinos estão mais otimistas sobre o futuro da economia. Um indicador recente de confiança no governo aumentou. “As pessoas têm esperança”, disse Milei, no IEFA Latam Forum. “Elas estão vendo a luz no fim do túnel”.
Ele também disse que espera uma recuperação econômica em forma de “V”. Depois das declarações de Milei, alguns dos sindicatos que representam os servidores públicos anunciaram greve nacional.
A “motosserra” de Milei
Nas últimas semanas, o líder argentino tem colocado várias medidas de cortes de gastos em prática. Até o momento, ele fechou órgãos públicos, uma agência de notícias estatal e centros públicos de serviços sociais. Milei também determinou o fim de financiamento público para partidos no país.
Apenas com o fechamento do Instituto de Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena (Inafci) e do Conselho Nacional de Agricultura Familiar, a Casa Rosada prevê uma redução de custos de 9 bilhões de pesos argentinos.
De acordo com a mais recente pesquisa de opinião do Equipo Mide, publicada pelo jornal argentino Clarín, 38% dos entrevistados declararam apoiar o governo do economista. A imagem do presidente tem uma boa avaliação por 50% dos argentinos (30% muito positiva e 20% positiva), e ruim por 49% (9% negativa e 40% muito negativa).
Os argentinos mais pobres são os que mais confiam na gestão libertária, com 28% contra 25% da média.