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Milei diz que Bolsonaro sofre perseguição judicial e critica socialismo: ‘Leva à pobreza e escravidão’

No domingo passado, 07/07, Javier Milei, presidente argentino, marcou presença na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que aconteceu em Balneário Camboriú, Santa Catarina. O ex-chefe de estado brasileiro, Jair Bolsonaro, liderou o evento que contou com a presença de personalidades da direita brasileira. Milei estava acompanhado de sua irmã, Karina, do porta-voz presidencial Manuel Adorni e do ministro da Defesa, Luis Petri.

Milei foi recebido com aplausos e gritos de “a casta e os socialistas têm medo” enquanto subia ao púlpito para iniciar seu discurso. A plateia também vaiou o atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Hoje quero falar sobre a receita econômica e cultural do socialismo na América Latina, e sobre como eles estão errados e nós estamos certos”, começou Milei.

“Primeiramente, é notável que os socialistas iniciam com um período de bonança econômica, em um contexto de contas públicas ordenadas e preços de commodities em alta. Nesse primeiro momento, a economia cresce, a sociedade ganha poder aquisitivo, o Estado arrecada e o Banco Central acumula reservas. Mas os socialistas se apaixonam pela popularidade gerada pela bonança que herdaram, temem que isso não seja eterno e aumentam indiscriminadamente o gasto público para sustentá-la”, destacou.

Para Milei, essas administrações avançam “subsidiando tarifas e serviços, aumentando o emprego público e distribuindo diversos tipos de benefícios, o que rotulam como ‘inclusão social’. Porém, quando o dinheiro acaba, começam a aumentar os impostos para arrecadar mais, mas a custo de reduzir a atividade econômica e o investimento”.

“O estoque vai se esgotando, até que em um ponto precisam recorrer ao endividamento, nunca resolvendo o problema de fundo, que é o círculo vicioso de expansão do gasto e o consequente déficit fiscal”, explicou o presidente argentino.

Diante de Bolsonaro e de um grupo de dirigentes brasileiros, Milei argumentou que “quando já não podem recorrer aos impostos ou ao endividamento, recorrem ao pior de todos os males, que é a emissão monetária, destruindo assim o valor da sua moeda e condenando toda a sociedade à pobreza”.

“O custo de tudo isso, cedo ou tarde, é pago pelo povo, o mesmo que os governos socialistas dizem proteger, mas que na verdade buscam manter cativo como uma base eleitoral que lhes permite se perpetuar no poder”, afirmou.

Ele acrescentou: “Repetidamente, a história mostra que aqueles que se dizem defensores da democracia, do pluralismo e contra a opressão são os mesmos que estão dispostos a romper as regras e até interromper a ordem constitucional para se entrincheirarem no poder quando o povo clama por mudança. Vejam o que aconteceu na Venezuela, onde não resta um governo sensato no mundo que não reconheça que é uma ditadura sanguinária; vejam o que aconteceu na Bolívia em 2019, quando Evo Morales insistiu em um terceiro mandato inconstitucional; vejam a perseguição judicial que nosso amigo Jair Bolsonaro enfrenta aqui no Brasil”.

Nesse sentido, Milei enfatizou que “como o socialismo é uma ideologia que vai contra a natureza humana, necessariamente termina em escravidão ou morte, não há outro destino”. Ele garantiu que “é momento de recuperar o conceito de justiça, que eles reivindicam como próprio”.

“Em nome do que chamam de ‘justiça social’, cometeram as atrocidades mais injustas: expropriaram riquezas que levaram gerações para serem construídas; criaram mercados cativos para empresários amigos; violaram repetidamente os direitos fundamentais das pessoas; tiraram de uns para dar a outros que, coincidentemente, são seus filhos ou amigos”, declarou.

Ao finalizar, o chefe de Estado aconselhou os presentes a “se tiverem alguma dúvida, vejam como vive a família do ditador venezuelano Nicolás Maduro ou a família de alguns dos seus próprios compatriotas (Brasil), todos são multimilionários que vivem como se tivessem inventado o Google”.

“Isso tudo não deve ser uma surpresa para nós, porque, no fundo, a eles não só convém que fracassemos, mas também precisam disso de forma vital, pois se tivermos sucesso, teremos desmantelado o sistema corrupto que suga o sangue dos 47 milhões de argentinos e de todos os lugares onde o socialismo está vigente”, concluiu.