O candidato presidencial Javier Milei encerrou nesta quarta-feira (18) sua campanha para as eleições de domingo prometendo que a Argentina deixará de ser “uma terra fértil para os políticos corruptos”.
“Teremos no domingo a oportunidade de voltar a ter uma pátria, que o nosso solo deixe de ser uma terra fértil para os políticos corruptos e seja uma terra de oportunidades para todos aqueles que quiserem progredir com base em seu esforço”, proclamou o candidato.
Vestindo paletó e gravata e sem a sua clássica motosserra, com a qual percorreu o país para simbolizar os cortes de gastos que pretende realizar caso ganhe as eleições, Milei voltou a atacar “a casta de políticos ladrões”, “os empresários prebendários” e os jornalistas.
Ele apostou em uma vitória no domingo no primeiro turno, no qual precisaria obter 45% dos votos, ou 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo candidato mais votado.
Milei, 52 anos, foi o candidato mais votado nas primárias dos partidos em agosto e as pesquisas o apontam como favorito para domingo.
No ato de encerramento da campanha, que lotou a Arena Movistar, com capacidade para 15 mil pessoas, o público exibia notas de dólar gigantes com o rosto de Milei e máscaras do candidato.
Milei foi ovacionado ao defender a propriedade privada e “a cooperação social, onde só é possível ter sucesso servindo ao próximo com bens de melhor qualidade a um preço melhor”. Seu projeto contempla dolarizar a economia e reduzir drasticamente os gastos públicos.
O economista Alberto Benegas Lynch, referência do liberalismo na Argentina, abriu o evento mencionando o projeto do candidato de “dinamitar” o banco central: “O que Javier Milei está fazendo para mim é um orgasmo intelectual”.
“Por que não tenho medo da dolarização? Porque o nosso peso não serve mais. Temos que mudar esta moeda”, disse a funcionária pública Sonia Acosta, 60, que dançava enrolada na bandeira nacional.
Bandeiras venezuelanas tremulavam entre as amarelas do partido de Milei, A Liberdade Avança. “Ele representa esse conjunto de pessoas que querem abraçar as ideias da liberdade, precisamente em um momento histórico, em que a esquerda assumiu tantas posições na América Latina e causou tantos danos”, apontou o venezuelano Luis Sambrano, 36, que imigrou para a Argentina há sete anos e participava do evento com um grupo de compatriotas.