Após a divulgação das denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a pasta que ele dirige emitiu uma nota oficial acusando a ONG Me Too, responsável por tornar o caso público, de tentar influenciar uma licitação do Disque 100, serviço dedicado a denúncias de violação dos direitos humanos.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) afirma que a Me Too “possui um histórico controverso em relação às atribuições desta pasta” e que “a equipe ministerial identificou uma série de eventos que precisam ser esclarecidos”.
De acordo com o MDHC, a ONG esteve em negociação no ano passado com gestores do Disque 100 e teria solicitado “mudanças indevidas no formato da licitação atual” na pasta. O ministério afirma que a Me Too é contrária à separação dos serviços Ligue 180 e Disque 100, resultante da divisão do MDHC do Ministério da Mulher.
A nota ressalta: “É importante destacar que, além de ser uma decisão política já tomada pelos ministérios envolvidos, essa questão sequer deveria ser discutida com um possível participante do processo licitatório, pois configuraria um conflito de interesses.”
