O ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, criticou a decisão da Justiça brasileira de investigar um militar israelense que estava de férias no Brasil. Em carta enviada ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) neste domingo (5), Chikli acusou o governo Lula e o Judiciário brasileiro de apoiarem “terroristas” e “negadores do Holocausto”, considerando a ação judicial uma tentativa de perseguição ao militar israelense.
“Nos últimos dias, tomamos conhecimento de um incidente alarmante, no qual uma organização palestina, chamada ‘HRF’, apresentou uma denúncia contra um turista israelense – veterano das FDI [Forças de Defesa de Israel] – com base em acusações infundadas contra o Estado de Israel. A organização divulgou publicamente os dados pessoais do soldado, com o objetivo de persegui-lo e prendê-lo”, afirma a carta.
A investigação contra o militar foi determinada pela juíza Raquel Soares Charelli em 30 de dezembro de 2024, após um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), organização que defende a causa palestina. Os denunciantes alegam que o militar israelense participou de demolições na Faixa de Gaza em novembro, resultando em danos a civis.
Na carta, Chikli afirma que a HRF “não é uma organização de direitos humanos, mas uma apoiadora do terrorismo”. Ele acrescenta que, segundo investigações do Ministério de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo, da qual ele é responsável, os líderes da organização expressaram apoio a grupos terroristas como Hezbollah e Hamas, cujos objetivos são a destruição de Israel e o assassinato de israelenses.
Chikli citou também episódios nos quais membros da HRF manifestaram apoio a terroristas e negaram crimes históricos. O ministro destacou que um dos fundadores da HRF, Diyab Abu Jaleha, elogiou publicamente o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, após sua eliminação pelas forças israelenses.
“Em setembro, após a eliminação de Nasrallah, Jaleha publicou um elogio efusivo, dizendo: ‘Não podemos esquecer sua aura, seu sorriso, seu gênio e sua gentileza’”, destacou.
O ministro também mencionou declarações de outro membro da HRF, Karim Hassan, que, segundo ele, elogiou os ataques terroristas de 11 de setembro contra o World Trade Center e questionou a existência das câmaras de gás nos campos de extermínio nazistas. “Karim Hassan escreveu em 8 de outubro: ‘Os palestinos não ‘invadiram’ Israel… Eles estão simplesmente voltando para casa e reivindicando suas propriedades’. Ele também elogiou os ataques de 11 de setembro como ‘doce vingança’ e é um negador do Holocausto, questionando a existência das câmaras de gás”, diz a carta.
Chikli conclui com críticas ao Judiciário brasileiro e ao governo Lula: “O fato de o Judiciário brasileiro, com o apoio do presidente Lula, abraçar calorosamente os apoiadores do terrorismo e os negadores do Holocausto – na véspera do 80º aniversário da libertação de Auschwitz – é uma vergonha para o governo brasileiro. Devemos nos levantar contra essa conduta. Tenho certeza de que a grande maioria dos cidadãos brasileiros decentes e patriotas rejeita as ações abomináveis de seu governo, que serão lembradas como uma nota de rodapé vergonhosa na história do povo brasileiro.”