Papel do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), teria sido criticado
Durante a votação da PEC que limita decisões individuais no Supremo Tribunal Federal (STF), ministros da mais alta corte do país expressaram sentimento de “traição” por parte do governo Lula. Nos bastidores, a avaliação é de que “acabou a lua de mel” entre o Palácio do Planalto e o STF, após a aprovação da proposta.
Em conversa com à CNN, um magistrado, que prefere manter sua identidade em sigilo, afirmou que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), desempenhou um “papel lamentável” durante a sessão realizada nesta quarta-feira ( 22). Segundo informações obtidas, a posição de Wagner favorável à PEC provocou indignação entre os ministros do Supremo.
O líder do governo no Senado, ao declarar seu voto favorável à proposta, deu um sinal verde à base governamental, com medo de uma derrota gigantesca o governo decidiu de ultima hora aderir favoravelmente a PEC.
Segundo relatos feitos à CNN, ministros do STF entraram em contato com membros do governo e senadores apresentaram no plenário em busca de respostas sobre a atitude de Wagner. No entanto, a justificação recebida foi que o movimento não havia sido coordenado com o Planalto, e tanto no governo quanto no Supremo, todos ficaram surpresos com a decisão.
Durante o dia, antes mesmo do início da sessão, chegou ao Supremo a informação de que os senadores deveriam ter sido informados de um suposto “acordo” com o tribunal para a aprovação da proposta. Entretanto, ministros do STF negaram categoricamente qualquer tipo de acordo com os parlamentares.
Agora, a avaliação no Supremo é que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve deixar a proposta na gaveta, sem avanços adicionais. Senadores ouvidos pela CNN afirmaram que Wagner justificou o movimento como necessário para obter apoio na Casa a assuntos de pauta econômica.
O gesto de Wagner e de outros senadores da base governista, alinhados com o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi considerado importante para evitar uma possível derrota do Planalto em propostas consideradas essenciais pela época do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.