O senador Sergio Moro (Podemos) esteve em uma conversa com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro aconteceu nesta terça-feira (4), segundo informações do site Metrópoles.
A matéria diz que Moro rifou os seus colegas Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas. A ação, segundo o Metrópoles, foi uma tentativa de distanciar dos desafetos do Supremo.
É dito que, além dos dois, estava na conversa o senador Wellington Fagundes, do PL do Mato Grosso, que intermediou o encontro.
O ex-juiz da Lava Jato teria falado pouco, mesmo o encontro tendo durado cerca de uma hora e meia. De ímpeto, Moro teria negado que tenha cometido qualquer crime que justifique uma investida como a que o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, vem anunciando que fará, ao encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relato de supostos desvios encontrados na 13ª Vara de Curitiba, em que Moro foi titular e de onde comandou a força tarefa que prendeu vários políticos.
Apesar das falas, o magistrado do STF teria sido duro e enfático. “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”, teria dito Gilmar, segundo o Metrópoles, que pontuou que a todo o tempo foi tratado de ‘ministro’ e ‘senhor’ por Moro, a quem o integrante supremo preferia responder simplesmente por ‘Sergio’ e ‘você’.
“Tudo o que a Vaza Jato revelou, eu já sabia que você e Dallagnol faziam. Vocês combinavam o que estaria nas peças. Não venha dizer que não”, teria continuado Gilmar.
Mesmo com o parlamentar tentando adotar um tom de tranquilidade e pacificação, a investida não deu muito certo ao que parece. O ex-ministro do governo Bolsonaro, prosseguindo, teria também assegurado que nunca atacou o Supremo e nem concordava com as críticas e oposições que o tribunal sofria.
O ex-juiz, ainda conforme a matéria, chegou a comentar que rompeu com Jair Bolsonaro (PL) quando percebeu, em 2020, que estava sendo usado pelo então presidente.
Gilmar, logo adiante, teria aumentado o tom: “Você faltou a muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”.
Ao fim, Sergio Moro teria perguntado se os dois podiam manter um canal de diálogo aberto. O ministro da Suprema Corte teria concluindo dizendo que sim.