No primeiro ano da gestão Lula (PT), a Terra Yanomami registrou um total de 363 mortes em 2023, em comparação com 343 óbitos em 2022, sob o governo anterior, conforme dados obtidos pelo Poder360 através da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, os números de 2023 são considerados “preliminares” e estão sendo investigados minuciosamente. A Sesai também ressaltou que os dados de 2022 e anos anteriores estariam subnotificados, culpando o suposto “abandono” do governo Bolsonaro.
A Terra Yanomami abriga cerca de 30.000 indígenas em uma reserva de 96.000 km2 nos Estados de Roraima e Amazonas, uma área maior que o território de Portugal. Os yanomamis enfrentam contatos frequentes com garimpeiros e madeireiros ilegais na região, além de casos crônicos de desnutrição e doenças, devido à dificuldade em desenvolver atividades de subsistência como agricultura e pesca, dependendo fortemente da ajuda federal.
Lula, que assumiu a Presidência em 2023, promoveu intensa divulgação de sua proposta para conter a mortalidade yanomami, chegando inclusive a visitar a Terra Yanomami em 21 de janeiro do mesmo ano. Apesar dos anúncios e da criação do Ministério dos Povos Indígenas, liderado por Sonia Guajajara (Psol), as mortes de yanomamis aumentaram em 2023, contrariando as expectativas geradas pelo governo.