O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, considerou que há indícios de procedência na denúncia contra um grupo acusado de desviar R$ 4,7 milhões por meio de compras fictícias no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A denúncia do Ministério Público Estadual é decorrente da Operação Parasita, deflagrada ano passado. O processo tramita em sigilo judicial.
Esta denúncia é contra o ex-coordenador logística e suprimentos do HR, Rehder dos Santos Batista, e do diretor administrativo e financeiro da instituição, Josceli Roberto Gomes Pereira, e dos empresários Wagner Gonçalves Martins, Matheus e Emergon Ludwig.
Rehder Batista chegou a cancelar uma licitação para viabilizar a compra de 18 mil unidades de contraste radiológico em maio de 2018. O montante foi adquirido em apenas um mês, apesar de não ser possível estocar por muito tempo e de representar o consumo do hospital pelo período de três anos.
O MPE obteve acesso às conversas entre os acusados, nas quais combinam desde o cancelamento da licitação, o pagamento de propina e até comemoram o contrato milionário no HRMS.
A Mega Comércio de Produtos Hospitalares emitiu três notas fiscais para entregar os produtos, que teriam sido atestados por Rehder. No entanto, conforme a Secretaria Estadual de Fazenda, a empresa não emitiu nenhuma nota no período para entregar 18 mil unidades de contraste no hospital.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também não encontrou nenhuma movimentação tanto do fornecedor quanto da Mega para a entrega dos produtos ao HRMS. Houve simulação para de outros materiais, como agulha aspirativa, cateter de longe permanência para hemodiálise, entre outros itens.
Em outra denúncia feita pelo MPE, Rehder foi denunciado por desviar R$ 12 milhões por meio de compras fictícias junto aos donos da Cirumed. O desvio ocorreu entre setembro de 2016 e dezembro de 2019.