Dados do indicador da Serasa de inadimplência do consumidor revelam que Mato Grosso do Sul chegou ao número recorde de 1,016 milhão de pessoas com o nome negativado em março deste ano, um aumento de 29,54%, ante os 784 mil registrados em março de 2019.
Ainda conforme o levantamento, o valor médio das dívidas é de R$ 5.014, elevação de 20% no comparativo com o mesmo período de 2019. Já o valor total devido no Estado subiu 55,77% no intervalo de cinco anos, pois em 2019 os sul-mato-grossenses deviam R$ 3,272 bilhões e, neste ano, o montante passou para R$ 5,097 bilhões – R$ 1,825 bilhão a mais.
Entre os Estados brasileiros, Mato Grosso do Sul figura entre os maiores níveis de inadimplência do País, com 48,03% da população adulta inadimplente, ocupando o sexto lugar.
O Estado está empatado tecnicamente com Roraima (48,02%) e fica atrás do Amapá (52,44%), Amazonas (52,32%), Distrito Federal (51,13%) e o vizinho Mato Grosso (50,22%).
O mais recente levantamento da Serasa, com dados de março deste ano, indica que a inadimplência no Brasil segue crescendo, mas com desaceleração. Com um aumento de 180 mil pessoas, o indicador de inadimplência aponta 70,71 milhões de brasileiros com o nome restrito.
Com relação ao perfil dos inadimplentes, os brasileiros de 26 anos a 40 anos se destacam, representando 34,8% do total de inadimplentes. A faixa etária entre 41 anos e 60 anos representa 34,7%.
Já o valor médio do débito por pessoa indicado pela instituição é de R$ 4,73 mil. O montante total das dívidas é de R$ 334,5 bilhões em todo o Brasil. Atualmente, 43,43% da população adulta está no mapa da inadimplência.
Ainda de acordo com informações da Serasa, o inimigo número um da inadimplência é o cartão de crédito, responsável por 31,03% das dívidas no mês de março.
Em segundo lugar, estão as contas básicas, como água, energia elétrica e gás, com percentual indicado de 22,02%. O varejo é o terceiro maior causador de inadimplência, com 11,29%.
As mulheres representam a maior parcela inadimplente no País, sendo 50,3%, ao passo que os homens são 49,7%. Já no grupo faixa etária, há um empate técnico entre as faixas de 26 anos a 40 anos (34,8%) e de 41 anos a 60 anos (34,7%).
A inadimplência é a incapacidade de quitar as dívidas. Levando em conta as condições atuais dos agentes econômicos, o mestre em Economia Eugênio Pavão ressalta que um dos fatores determinantes para a situação é a existência de uma crise econômica no Brasil, influenciando na queda do Produto Interno Bruto (PIB).
Pavão enfatiza que, no campo das finanças pessoais, a facilidade de uso de dinheiro emprestado, com juros exorbitantes, é um dos principais lubrificantes da inadimplência, movido pelos juros de cartão de crédito, cheque especial, entre outros artifícios que minam a tendência econômica atual e futura.