A ministra da Saúde, Nísia Trindade, admitiu que sua equipe já sabia há um mês de que pacientes foram contaminados por HIV após passarem por transplantes no Rio de Janeiro, entretanto, não investigou o caso por falta de evidências. De acordo com a ministra, não havia necessidade de acionar as autoridades antes da denúncia, que só foi feita na última sexta-feira (11). A pasta de Nísia tomou conhecimento do primeiro caso de infecção no dia 14 de setembro.
– Apenas quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada. E a partir do momento que novos casos foram verificados e que indícios começam a ser levantados, é que eu procurei a Polícia Federal, que é o papel que cabe a uma instância federal – justificou ela à Band.
Nísia afirma que, após ser notificada sobre a primeira infecção, a pasta enviou um documento à Central de Transplantes do RJ exigindo medidas. Contudo, as investigações só foram instauradas pela Polícia Federal (PF) após a confirmação de que outras cinco pessoas foram contaminadas.
A polícia suspeita que o laboratório PCS Lab Saleme, responsável por testar os órgãos para verificar se eles estavam aptos para doação, reduziu o controle de qualidade a fim de economizar. Até o momento, foram presos o responsável técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos; o ginecologista e sócio do PCS Lab Saleme, Walter Vieira; a funcionária Jacqueline Iris Bacellar; e o técnico Cleber de Oliveira Santos.