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No mês da mulher, conheça as duas únicas prefeitas de capitais do Brasil

No mês de março, celebra-se a presença e a contribuição das mulheres na sociedade. O Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, tem sido uma ocasião importante para refletir acerca do papel das mulheres em todos os setores, incluindo a política. Dentro desse contexto, destacam-se duas mulheres que possuem considerável peso político ao liderarem as prefeituras de capitais de seus respectivos estados.

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Em Campo Grande (MS), desde 2022, Adriane Lopes (PP) assumiu a posição de prefeita de uma cidade com cerca de 1 milhão de habitantes. Anteriormente ocupando o cargo de vice, ela ascendeu à liderança do Executivo após o então gestor tentar, sem sucesso, concorrer ao governo de Mato Grosso do Sul.

Nas próximas eleições, previstas para outubro, Lopes buscará a reeleição e já desponta entre os primeiros colocados nas pesquisas eleitorais realizadas por institutos especializados. Conhecida por suas posições alinhadas à direita e por sua aliança política com a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ela possui uma formação evangélica e busca o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o pleito de outubro.

Já em Palmas (TO), Cinthia Ribeiro (PSDB) está atualmente em seu segundo mandato como prefeita da capital do Tocantins, que conta com mais de 300 mil habitantes. Eleita inicialmente como vice-prefeita em 2016, assumiu o Executivo em abril de 2018, após a renúncia do então titular. Filiada ao PSDB desde o início de sua carreira política, Ribeiro se define como uma figura política com orientação mais ao centro do espectro político.

Segundo pesquisa Atlas/Intel divulgada em janeiro, sua gestão conta com uma aprovação de 48%. Com o término do mandato à frente da prefeitura, aliados da prefeita já começam a traçar planos para as eleições de 2026, quando ela poderá se candidatar ao Legislativo federal (Câmara/Senado) ou mesmo ao governo de Tocantins.

Ambiente masculino

A esfera política é amplamente dominada por homens. E essa afirmação não é respaldada por uma ideologia, mas números. Embora as mulheres representem mais de 51% da população, essa mesma proporção não se traduz igualmente nos cargos eletivos. Nas eleições municipais de 2020, considerando todos os municípios, apenas 12% de mulheres foram eleitas.

Diversas medidas já foram implementadas na legislação com o intuito de mudar essa realidade. Atualmente, a lei estipula que 5% dos recursos do Fundo Partidário devem ser destinados a programas que incentivem a participação feminina, mesmo fora dos anos eleitorais.

Direita em ascensão

Ao longo da história, os partidos de esquerda foram os que mais elegeram mulheres. Nas últimas eleições municipais, o PSDB foi o único partido a eleger uma mulher em uma capital. No entanto, observa-se em 2024 uma tendência de mudança na proporção ideológica, ao menos na esfera legislativa, com um aumento no número de mulheres de direita ascendendo ao poder.

Em viagens pelo Brasil, a presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, reconhece essa discrepância e tem dito que já passou da hora de a mulher brasileira colocar seus dons a serviço da sociedade por meio de atuação política.

“Durante muito tempo as mulheres não quiseram se envolver em política porque confiou que as coisas melhorariam e olha no que deu. Esse tempo acabou! Chegou a hora, meninas, de nos unirmos aos homens de bem e colocarmos ordem na casa. Vimos que isso é possível a partir da eleição do Jair. Nós vamos transformar a política”, disse ela em Goiás durante evento realizado em outubro de 2023.