Mais 11 cidadãos de Três Lagoas e Paranaíba passaram a ser investigados por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto dos eventos de 8 de janeiro de 2023, que envolveram protestos em Brasília. O grupo é acusado de prestar apoio logístico e participar das manifestações que expressaram descontentamento com o atual governo federal, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A decisão foi publicada no dia 5 deste mês e se baseia em relatórios da Polícia Militar, do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF). Segundo o despacho, os investigados teriam colaborado com a organização de viagens e manifestações realizadas em frente a unidades militares, o que as autoridades interpretam como atos antidemocráticos.
Entre os investigados está Aparecida Solange Zanin, que chegou a ter prisão preventiva decretada por suposto patrocínio das manifestações. No mesmo despacho, Moraes menciona os novos nomes e solicita que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste no prazo de 15 dias antes de decidir os próximos passos do processo.
Inicialmente, os casos foram analisados pela 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas, mas a corte considerou que o caso deveria ser tratado pelo STF, remetendo o processo ao ministro Moraes. No Supremo, os julgamentos têm resultado em condenações severas, com penas de até 17 anos de prisão em regime fechado e multas milionárias, o que tem gerado preocupação entre apoiadores dos réus e setores da sociedade civil que defendem o direito à livre manifestação.
Segundo os documentos da investigação, quatro pessoas — Luiz Felipe Leite de Oliveira, Nelson Mendes Martins Filho, André Hernandes da Silva e Érica Baptista Silva — teriam tido papel de liderança nos atos realizados em frente à 3ª Bateria de Artilharia Antiaérea de Três Lagoas, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
Outros nomes foram citados em representações feitas ao MPF e MPE, entre eles Márcio Seigi Hirade, Sérgio Luiz dos Santos Jeremias, Flávio Junqueira Franco, José Guilherme Araújo Lacerda, Elis Meire de Souza Jeronymo, Daniel Fernando dos Santos e Renato Carlos Rodrigues Tosta. Estes últimos teriam contribuído com a organização logística da viagem até Brasília, conforme aponta um flyer apreendido pelas autoridades.
Agora, o futuro dos 11 investigados está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que decidirá, após ouvir a PGR, se arquiva o inquérito ou leva os casos a julgamento.