O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, expressou críticas à atuação da Corte na operação da Polícia Federal que visou o ex-presidente Bolsonaro (PL) e seus aliados. Segundo Marco Aurélio, a decisão do ministro Alexandre de Moraes foi considerada “extremada”. Em entrevista à revista Veja, publicada nesta segunda-feira (12 de fevereiro de 2024), o ex-ministro ressaltou que “uma busca e apreensão na casa de um cidadão enxovalha o perfil dele. Vamos apurar sem açodamento”. Ele também destacou que as investigações estão sendo conduzidas de forma ampla, resultando em desgaste para a instituição do Supremo.
Marco Aurélio enfatizou a importância da temperança e de se presumir o ordinário, não o excepcional, durante as investigações. Ele ressaltou que as medidas judiciais mais invasivas devem ser baseadas em indícios veementes de crime, não servindo para determinar a ocorrência do delito.
Bolsonaro é alvo da operação Tempus Veritatis, na qual a Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas na última quinta-feira (8 de fevereiro). Os mandados foram autorizados por Moraes, que mencionou um suposto decreto que previa a prisão dele, do ministro Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além da convocação de novas eleições. Segundo a investigação, os suspeitos trabalhavam para invalidar o resultado das eleições de 2022 e convencer as Forças Armadas a intervir para impedir a transição de poder após a vitória de Lula (PT).