Após a deflagração da Operação Sangue Frio, maior escândalo de corrupção envolvendo desvios na saúde, o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, inocentou um servidor federal e uma empresária dos crimes de corrupção e peculato. Eles foram acusados de desvios no contrato do Hospital Universitário para o fornecimento de alimentação aos pacientes, acompanhantes e funcionários.
O outro réu, o ex-diretor-geral do HU, José Carlos Dorsa, morreu no decorrer do processo e acabou não sendo julgado pelo suposto desvio. O Ministério Público Federal pediu a condenação de Dorsa, de servidores e empresários pelo superfaturamento no contrato com a Health Nutrição e Serviços.
A Polícia Federal descobriu o desvio ao realizar uma devassa nos contratos do hospital a partir da descoberta da Máfia do Câncer, que desviava recursos públicos destinados para o tratamento de câncer nos hospitais públicos, como o HU e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, e o Hospital do Câncer Alfredo Abrão.
O contrato previa, inicialmente, o pagamento de R$ 1,581 milhão pelo fornecimento das refeições. No entanto, o valor teve acréscimo de R$ 1,779 milhão. Conforme o juiz, houve um aumento de R$ 2,042 milhões.
Dorsa morreu e outros dois réus, Sérgio Tadeu Hergert e Alceeu Edison Torres, ficaram livres de responder pela denúncia. O juiz levou a julgamento a empresária Márcia Cristina da Silva e Melo e o servidor Rodrigo Soares de Freitas.
Conforme o relatório, o contrato previa o fornecimento de 52.469 refeições por mês. No entanto, o HU só servia 400 refeições por dia e 12 mil por dia. O total pago teria sido 40,4 mil refeições além do levantado pelo órgão.