O ex-secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS), Édio Antônio Resende de Castro, figura entre os principais alvos da Operação Vox Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 21. A ação investiga fraudes milionárias em contratos públicos firmados durante a gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um no Rio de Janeiro, incluindo endereços ligados a Édio Castro. Durante as diligências, a PF apreendeu R$ 363 mil em espécie dentro de um cofre em um apartamento de luxo vazio na capital sul-mato-grossense.
Édio Castro já havia sido preso em 2023 durante a Operação Turn Off, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Na ocasião, ele foi acusado de envolvimento em um esquema que desviou aproximadamente R$ 13 milhões por meio de contratos fraudulentos na SED-MS, incluindo o superfaturamento na compra de aparelhos de ar-condicionado.
As investigações apontam que o grupo criminoso, do qual Édio faria parte, fraudava licitações públicas para aquisição de equipamentos e serviços, com pagamento de propina a diversos agentes públicos. Os contratos sob suspeita ultrapassam R$ 68 milhões.
A Operação Vox Veritatis é um desdobramento das investigações anteriores e visa apurar crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações e contratos públicos. O nome da operação, que significa “voz da verdade” em latim, reflete o objetivo de esclarecer os ilícitos cometidos na administração pública estadual.
As investigações continuam, e os responsáveis poderão responder pelos crimes identificados, conforme o andamento do processo judicial.
Nota
O Governo do Estado divulgou uma nota afirmando que a Secretaria de Educação e servidores da ativa não foram alvos da Operação Vox Veritatis, realizada nesta quarta-feira.
“O governo estadual acompanha a operação Vox Veritatis e colabora com a apuração. Até o momento, nem a SED (Secretaria de Educação), tampouco servidores ativos, foram alvos das buscas. As providências legais cabíveis serão tomadas tão logo tenhamos acesso e/ou haja andamento no processo. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e lisura na gestão pública, e reforçamos os instrumentos de controle e combate às ilicitudes”.