Partidos políticos e organizações não-governamentais (ONGs) na Venezuela expressaram preocupação diante da decisão do regime de Nicolás Maduro de fechar o escritório de direitos humanos da ONU em Caracas e expulsar seus funcionários do país. Essas entidades alertam para o risco de ações que possam agravar as violações aos direitos humanos na nação sul-americana.
Desde 2019, um escritório local de assessoria técnica do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos estava em funcionamento na Venezuela, com o propósito de investigar denúncias de desrespeito a esses direitos pelo governo de Maduro.
Entretanto, na quinta-feira, o regime venezuelano anunciou a suspensão das atividades do escritório e concedeu um prazo de 72 horas para a saída dos funcionários, justificando “interferência em assuntos internos”.
A ONU havia levantado preocupações anteriormente sobre o desaparecimento temporário e a prisão da advogada e ativista Rocío San Miguel, que foi apresentada num tribunal sem direito a representação jurídica privada.
O partido Voluntad Popular (VP) se manifestou em sua conta nas redes sociais, alertando para a situação crítica: “Na Venezuela, a ditadura investigada por crimes contra a humanidade expulsa agora o escritório da ONU que documenta in loco a nossa situação de direitos humanos. Alertamos o mundo sobre a posição indefesa em que permanecem os partidos políticos, as organizações de direitos humanos e a sociedade civil face a esta situação”.
A ONG Provea também expressou sua preocupação, denunciando que a medida aumenta a vulnerabilidade das vítimas e busca impedir o escrutínio internacional sobre as graves violações dos direitos humanos que ocorrem diariamente no país.
Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, lamentou o anúncio feito pelo regime chavista, afirmando que a ONU está “avaliando os próximos passos”. Ela reiterou o compromisso das Nações Unidas com a promoção e proteção dos direitos humanos do povo venezuelano.
