A oposição no senado tem pressionado pela remoção do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, da relatoria das ações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. Oito líderes oposicionistas emitiram uma nota pública, na qual sustentam a suspeição do magistrado, argumentando que sua atuação é “questionável” e comprometida pela falta de imparcialidade.
Na declaração, os senadores apontam que a postura adequada seria a própria iniciativa do ministro em se declarar suspeito para julgar os eventos de 8 de janeiro. Eles alegam que a atitude seria condizente com a busca pela pacificação do país e a superação deste episódio lamentável na história brasileira, demonstrando comprometimento com a lei e a defesa da Constituição. A nota foi assinada por Rogério Marinho (PL-RN), Ciro Nogueira (PP-PI), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ), Tereza Cristina (PP-MS), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).
O posicionamento dos senadores surge em meio à operação da Polícia Federal (PF) ocorrida na quinta-feira (18), que resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão no gabinete e na residência do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Jordy é um dos investigados na Operação Lesa Pátria, que visa suspeitos de planejar, financiar e incitar eventos ocorridos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, sendo líder da oposição ao governo de Lula (PT) na Câmara dos Deputados.
A principal alegação dos senadores contra Moraes é sua autodeclaração como vítima, feita após afirmar que as investigações sobre 8 de janeiro revelaram planos para prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes. Os oposicionistas argumentam que o ministro se coloca como “supostamente vítima, investigador e julgador” nos casos.
“As declarações públicas do ministro, nas quais ele se apresenta como vítima de ameaças, levantam sérias dúvidas sobre sua capacidade de manter a imparcialidade necessária em tais processos,” afirmam os senadores na nota.
Até o dia 7 deste mês, Moraes proferiu 6.204 decisões relacionadas às investigações dos atos do dia 8 de janeiro no Distrito Federal. Essas decisões incluíram 255 medidas de busca e apreensão em 400 endereços, além de 350 medidas de quebras de sigilo bancário e telemático, totalizando 800 diligências.
