O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu nesta terça-feira (20) que o presidente Lula (PT) se retrate de sua declaração sobre a ação de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
“Estamos convencidos de que essa declaração equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente Lula, que é um líder global conhecido por estabelecer diálogos e construir pontes entre as nações. Por esse motivo, entendemos que uma retratação dessa declaração seria apropriada”, afirmou em discurso no plenário do Senado.
“Genocídio é a eliminação deliberada de um povo por motivos de diferenças étnicas, nacionais, raciais ou religiosas. Há um plano para eliminar esse grupo”, disse o presidente do Senado. Pacheco também afirmou que, apesar de considerar a reação de Israel “indiscriminada e desproporcional”, não se pode fazer uma comparação com o Holocausto.
“Mesmo que a reação perpetrada pelo governo de Israel seja considerada indiscriminada e desproporcional, não há como estabelecer uma comparação com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo”, disse. Pacheco mencionou novamente que o Senado condenou o “ataque terrorista” do Hamas a Israel.
“No entanto, não podemos concordar com as afirmações que compararam a ação militar em andamento na região neste momento com o Holocausto, o genocídio contra o povo judeu perpetrado pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial”, disse.
No domingo (18 de fevereiro), Lula comparou os ataques israelenses na Faixa de Gaza ao extermínio de 6 milhões de judeus promovido por Adolf Hitler (1889-1945) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Entenda na linha do tempo abaixo:
18 de fevereiro de 2024 – Lula compara os ataques de Israel às ações de Hitler contra os judeus;
18 de fevereiro de 2024 – Benjamin Netanyahu critica Lula e classifica sua declaração como “vergonhosa”;
19 de fevereiro de 2024 – o ministro das Relações Exteriores de Israel declara Lula “persona non grata” e constrange publicamente o embaixador do Brasil no país, Fred Meyer, levando-o ao Museu do Holocausto de Jerusalém;
19 de fevereiro de 2024 – o Brasil chama o embaixador Fred Meyer de volta ao país;
19 de fevereiro de 2024 – o ministro das Relações Exteriores do Brasil declara que Meyer foi humilhado em uma reunião com o embaixador de Israel;
19 de fevereiro de 2024 – no Planalto, avalia-se que Lula não pedirá desculpas; 20 de fevereiro de 2024 – o ministro das Relações Exteriores de Israel pede novamente uma retratação de Lula e diz que a declaração do presidente é um “cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.